“Para nós é extremamente importante o cortejo, pois não está em causa o montante, mas sim a atitude de generosidade e solidariedade da população”, esclareceu o presidente da AHBVCR, que também aproveitou a ocasião para agradecer à população por ver os bombeiros como “um parceiro único no concelho das Caldas”.
“Esta casa tem um orçamento de um milhão e trezentos mil euros e a maioria das vezes para podermos prestar socorro temos de andar de mão estendida a pedir à população”, apontou o presidente da AHBVCR, lamentando o facto de a corporação ter de pagar para prestar socorro nas Caldas da Rainha.
“Quando há sete anos entrei nos bombeiros havia uma dívida de quase 900 mil euros. Hoje em dia, com o sistema de gestão imposto, temos um saldo positivo”, indicou. Para o próximo ano, Abílio Camacho também divulgou que haverá novidades, como por exemplo a ida da associação aos Estados Unidos da América, onde a comunidade tem-se mostrado “bastante prestável”.
Segundo António Marques, vice-presidente da AHBVCR, “nós temos vindo a equilibrar a casa mas o desgaste do material é muito, sobretudo o material circulante e a nossa frota de ambulâncias precisa de ser renovada, pois todas estão acima dos 400 mil quilómetros”.
“Ao longo de muitas semanas em todo o concelho procedeu-se a uma angariação, em que as populações têm sido de enorme generosidade”, comentou.
A maior associação de bombeiros e de todos os géneros do distrito de Leiria, com vinte e dois mil associados, tem muitas despesas, relacionadas com a quantidade de ocorrências. O serviço de INEM é um dos prejuízos, pois “se não tivéssemos que pagar o INEM, que por ano são uns quarenta mil euros o gasóleo ao preço normal e outras coisas, evitava que esta corporação andasse constantemente a pedir”.
Abílio Camacho também deu outro exemplo, o veículo de comando e comunicações “Abílio Camacho” apresentado no 120º aniversário da corporação, que não pode sair em serviço, pois “faltava o rádio e a legalização que demorou”.
“A atividade operacional consome muita verba. Andamos 680 mil quilómetros por ano com as nossas viaturas, o que traduzido em gasóleo é significativo. Temos de gastar 12 mil euros por mês em combustível”, referiu Nelson Cruz, comandante dos bombeiros. Segundo o comandante, os fundos angariados serão canalizados para “socorrer as pessoas, sendo um serviço cada vez mais difícil devido às exigências que os bombeiros têm com o equipamento, material e atualizações”. Daí a importância do cortejo de oferendas, que procura ajudar os bombeiros a atingir os seus objetivos. Em anos anteriores o peditório tem ultrapassado os cem mil euros e prevê-se que mesmo aconteça este ano.
A festa está prevista começar às 15horas, com a animação da cantora caldense Rebeca. “Um agradecimento muito especial à Rebeca, que tem sido uma peça fundamental para os bombeiros, não só pela atuação como também sempre que lhe pedimos para apoiar ela está cá”, disse Abílio Camacho.
“Estou sempre disponível e de mãos abertas para vos ajudar com aquilo que for necessário”, frisou a cantora, que tem sido presença habitual no cortejo. Para este ano a artista promete fazer algo “diferente e bem melhor”. Na sessão de apresentação do evento, ofereceu um cd do novo trabalho “Tira uma foto comigo” antes do lançamento oficial.
Mariana Martinho
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