Barreto Xavier, secretário de Estado da Cultura, no momento inaugural disse que Óbidos tornou-se neste período “a capital não só da literatura mas também da cultura”, dada a “dinâmica da programação tão rica” do FOLIO, que “atrai um conceito que vai dar uma projeção internacional a esta vila literária e ao turismo cultural”.
Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro de Portugal, um dos parceiros do evento, destacou que “atualmente mais de 40% das viagens turísticas em todo o mundo têm motivação cultural e nós queremos agarrar este eixo. A região centro tem património e cultural e precisa de reforçar a notoriedade e nada melhor do que este festival para atrair mais turistas estrangeiros e nacionais”.
“Pretendemos vincar o posicionamento estratégico do conceito Óbidos Vila Literária”, afirmou o presidente da Câmara, Humberto Marques. “Quem sabe se no futuro não temos a possibilidade de fazer um FOLIO juntando os doze municípios do Oeste”, expressou o autarca.
O evento, que arrancou com a inauguração de diversas exposições, a tertúlia “Ler para quê” e a abertura do espaço das editoras – por estes dias a maior livraria de Portugal – divide-se em cinco componentes: O FOLIO Autores (com os escritores), a FOLIA (a animação com 36 espetáculos), o FOLIO Educa (dedicado a responsáveis educativos), o FOLIO Ilustra (com 56 ilustradores) e o FOLIO Paralelo (apresentação de livros, sessões de autógrafos, conversas da atualidade e sessões literárias com autores e apresentadores).
António Zambujo e Mayra Andrade a cantar Caetano Veloso, Cristina Branco com o Trio de Mário Laginha a cantar Chico Buarque, ou Miúcha e Georgiana de Moraes numa homenagem a Vinícius e Moraes, são alguns dos espetáculos.
O maestro Victorino d’Almeida fez um improviso ao piano no jardim do Óbidos Lounge. AO JORNAL DAS CALDAS disse que “agrada-me muito vir a Óbidos participar em algo ligado aos livros. É uma terra lindíssima e devia haver novamente uma Lei das Sesmarias em que tem cada casa e não a usa, não a aluga ou não mete pessoas lá dentro perde-a, para não termos localidades vazias. A baixa de Lisboa é assim também”.
Em paralelo há sessões dedicadas a responsáveis educativos, em torno do papel da leitura nas escolas. A música, teatro e as artes plásticas cruzam-se neste evento em locais como um mercado biológico, uma antiga igreja e até numa adega desativada. Uma das novidades é um hotel literário, que acaba de abrir em Óbidos.
Trata-se de um hotel de quatro estrelas para quem gosta de estar rodeado de livros em várias línguas e de diversas temáticas, seja à mesa de refeições, na sala de convívio ou até mesmo nos quartos.
“Temos uma nova abordagem de como fazer um hotel, pegando numa antiga estalagem do convento e criando uma atmosfera de muita cultura, que se faz com o conhecimento através de livros. Adquirimos um grande espólio e somos objeto de doações. Temos 40 mil livros e pretendemos chegar aos cem mil. Mais do que um hotel é uma casa de cultura, com a possibilidade de aqui se poder ficar e desfrutar de um serviço de hotelaria com conforto e inovador”, manifestou Telmo Faria, proprietário do The Literary Man Óbidos Hotel.
Francisco Gomes
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