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Coligação PSD/CDS ganhou as eleições mas perdeu a maioria absoluta

Marlene Sousa/Mariana Martinho/Francisco Gomes

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As eleições do passado domingo deram a vitória à coligação formada pelo PSD e CDS – Portugal à Frente, que no entanto não atingiu a maioria absoluta. A maioria parlamentar cabe à esquerda, mas a divisão entre os partidos desta ala, nomeadamente as divergências com o PS, grande derrotado nas eleições, poderá levar a um Governo da coligação com acordos com os socialistas para viabilizar as principais matérias.
Sede cheia no PSD das Caldas

O distrito de Leiria manteve-se fiel à direita nas eleições legislativas de 4 de outubro. A coligação venceu as eleições, mas perdeu um deputado face às legislativas de 2011. O Bloco de Esquerda (BE) reconquistou o mandato que perdeu há quatro anos, voltando a colocar Heitor de Sousa na Assembleia da República.

ACDU, que tinha como objetivo eleger Ana Rita Carvalhais, não conseguiu.

Foram eleitos deputados pelo círculo eleitoral de Leiria Teresa Morais, Feliciano Barreiras Duarte, Pedro Pimpão, Assunção Cristas, Margarida Balseiro Lopes e José António Silva pela coligação Portugal à Frente. Pelo PS, foram eleitos, Margarida Marques, António Sales e José Miguel Medeiros. Pelo BE, Heitor de Sousa.

Os caldenses ConceiçãoPereira (PSD), que estava em sétimo lugar e Manuel Isaac(CDS-PP) que concorreu em nono lugar não foram eleitos. No entanto, se algum deputado da coligação que foi eleito pelo distrito de Leiria for convidado para fazer parte do Governo, como é previsível que aconteça, estes elementos poderão entrar na Assembleia da República (se houver um eleito do PSD a sair para o Governo entra Conceição Pereira e se sair um eleito do CDS entra Manuel Isaac).

O PS, que nas eleições legislativas de junho 2011 foi a segunda força política mais votada, com três mandatos, resultado de uma votação de 20,71%, manteve o mesmo número de deputados, mas subiu a votação para 24,82%.

Já o BE, que em 2011 teve 5,37% dos votos, conseguiu quase duplicar a votação (9,66%) e ser a terceira força política mais votada no distrito.

Dos 16 concelhos do distrito, a coligação Portugal à Frente ganhou em Alcobaça, Alvaiázere, Ansião, Batalha, Bombarral, Caldas da Rainha, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Óbidos, Pedrógão Grande, Peniche, Pombal e Porto de Mós. Castanheira de Pera, Marinha Grande e Nazaré deram a maioria dos votos ao PS.

O JORNAL DAS CALDAS passou pelas sedes dos partidos nas Caldas da Rainha na noite das eleições.

O CDS-PP e o PSD assistiram aos resultados nas suas respetivas sedes. No final da noite juntaram-se todos na sede do PSD. Ali, Hugo Oliveira, presidente da comissão política concelhia do PSD, declarava que “os resultados dão claramente uma vitória à coligação, que perde a maioria absoluta, mas há dois anos à maioria dos comentadores diria que era impossível a coligação obter este resultado, pois passámos quatro anos em que foi preciso aplicar muita austeridade e dificilmente se ganha eleições depois de aplicar tanta austeridade”.

“Se o resultado foi diferente é porque a coligação conseguiu passar a mensagem de que a austeridade foi necessária porque o Governo liderado pelo PS deixou o país na miséria”, sustentou.

“Tenho pena que não tenham dado uma maioria clara à coligação, mas os cidadãos deixaram bem claro que perceberam a mensagem”, considerou.

O social-democrata fez notar que o líder do PS perdeu as eleições porque “ninguém acreditou no projeto que o PS apresentou e não consegue liderar a esquerda, senão havia o voto útil”. Se o PS fosse Governo “era voltar ao passado, ao tempo do eng. José Sócrates”.

Hugo Oliveira espera que, perante os resultados, o PS não deixe de viabilizar o Governo formado pela coligação. “Haveremos ter o primeiro momento que é o orçamento e aí veremos quem é que tem responsabilidade e se a oposição não quiser passar, vamos ver até onde vai a irresponsabilidade do líder do PS”, manifestou.

A tendência no país refletiu-se no distrito de Leiria e nas Caldas da Rainha, entende Hugo Oliveira, que desvaloriza o facto da união PSD/CDS ter perdido votos, que “deve-se ao Bloco de Esquerda ter recuperado eleitorado”.

“Numa conjuntura com tanta austeridade é normal que se percam votos”, disse. Teve pena por Conceição Pereira, candidata das Caldas, não ter sido eleita diretamente, mas acredita que ela será na mesma deputada com a chamada de alguns elementos da lista para o Governo, o mesmo acontecendo com outro caldense, Manuel Isaac.

“Nós continuamos fortes e o PSD com o CDS ganharam em todas as freguesias, o que quer dizer que a maioria do eleitorado continuar a acreditar em nós”, concluiu.

Sede do CDS-PP foi a mais animada

A mais animada foi a sede do CDS-PP, onde o ambiente foi de festejo e de brindes à vitória. Até José Cardoso e Vítor Marques, do PSD, passaram por lá para comemorar. A euforia manteve-se noite fora, mas os sinais de confiança clara numa maioria absoluta foram-se atenuando à medida que a contagem dos votos ia avançando. “Não conseguimos a maioria no Parlamento [comparado com a soma de toda a oposição], mas estamos gratos pela determinação dos portugueses que têm a noção da necessidade da continuação do trabalho do Governo”.

Para Manuel Isaac, presidentedadistritalde Leiriado CDS-PP, a coligação ganhou, mas o “país perdeu”. O fato de Portugal à Frente não ter ganho com maioria absoluta está a preocupar Manuel Isaac. De acordo com os discursos que ouviu dos dirigentes dos partidos da oposição alega que a esquerda quer “derrubar um futuro Governo”. “O PS não foi claro e espero que o António Costa, com a responsabilidade que tem pelo país como o maior partido da oposição, consiga pensar em primeiro lugar no país e não nele próprio”, sublinhou o elemento do CDS-PP, que considera que Portugal precisa de “estabilidade política para continuar a haver investimento”.

“O objetivo do Partido Socialista não se concretizou”

No final da noite eleitoral, a comissão política do Partido Socialista das Caldas da Rainha reagiu aos resultados.

Sara Velez, presidente da concelhia do PS das Caldas da Rainha, afirmou que “o objetivo do Partido Socialista não se concretizou, não conseguimos vencer as eleições mas queria salientar que a coligação perde a maioria absoluta. O que significa que a maioria dos portugueses que votou, não votou na coligação”.

Segundo a responsável do PS das Caldas, os eleitores parecem ter demonstrado que “não votaram na coligação, pois o número de votos atribuídos ao PSD/CDS-PP diminuiu em relação à maioria absoluta que houve há quatro anos”. Neste sentido, de acordo com Sara Velez, o número de votos no PS no concelho “aumentou significativamente, cerca de mil e poucos votos, enquanto a coligação perdeu cerca de quatro mil votos”. E em termos de mandatos no distrito, a coligação perde um e o PS mantém os três, destacou.

A presidente da concelhia sublinhou que no PS das Caldas da Rainha apesar das tendências internas, a direção “uniu-se à volta da candidatura do partido ao Governo”.

Questionada sobre o ex-secretário geral do PS, António José Seguro, Sara Velez referiu que o militante tomou uma decisão, que “respeitámos, pois absteve-se de participar ativamente na vida política e remeteu-se à sua condição de militante base”. No entanto, afirmou que na condição de presidente da comissão política, “não sou apoiante do António Costa, sou apenas presidente da comissão política e como tal, apoiei António Costa”.

Bloco de Esquerda elegeu Heitor Sousa

“O Bloco de Esquerda teve o seu melhor resultado de sempre no distrito de Leiria. Mais votos, mais mandatos e mais força do que nunca.” Foi assim o comentário de Alexandre Cunha, porta-voz do Bloco de Esquerda das Caldas da Rainha, ao JORNAL DAS CALDAS.

“O nosso objetivo principal foi voltar a colocar Heitor de Sousa no Parlamento”, disse o dirigente do BE, acrescentando que “foi uma vitória contra a austeridade” e que “agora vão virar os destinos do país para fora desse rumo”. “Valorizamos o trabalho de Heitor de Sousa e esta voz na Assembleia da República vai ser muito importante para reativar as lutas em prol desta região”, adiantou o elemento do Bloco de Esquerda das Caldas.

Para Alexandre Cunha, o BE mostrou que “as mulheres e jovens [boa parte dos candidatos] podem ser a força da política”.

A coligação não ter ganho com maioria absoluta é para Alexandre Cunha “uma derrota da austeridade”, garante que o BE não “vai apoiar o Governo nessa medidas nem tampouco “vender o seu programa contra aquilo que acham que é o mau destino do país”.

CDU não elegeu Ana Rita Carvalhais

O ambiente era calmo na sede da CDU. Os militantes comunistas estavam desiludidos por não elegerem um deputado no distrito de Leiria. “A luta continua”, sublinhou, Vítor Fernandes, da CDU das Caldas, lamentando a falta de “uma voz ativa no Parlamento para a resolução de muitos dos problemas do distrito de Leiria e das Caldas da Rainha”.

Apesar disso, Vítor Fernandes apontou que a CDU aumentou 51 votos em relação a 2011 no concelho das Caldas. Recordou que a direita perdeu neste concelho 4232 votos, o que “é uma derrota estrondosa porque costuma ter maioria absoluta”. “O PS aumentou 1200 votos, o BE tem mais do dobro”, comentou o elemento da CDU.

José Carlos Faria ficou surpreendido com a vitória da coligação. “No contexto europeu, Portugal é o único país onde um governo que aplica medidas deausteridade não é fortemente penalizado”, afirmou.

Vítor Fernandesacusou a comunicação social, nomeadamente a RTP 1, por ter “condicionado os votos com as sondagens que davam a vitória ao Portugal à Frente”, referindo que “muita gente vota no comboio que vai à frente”.

Governar sem maioria é uma questão que não preocupa Vítor Fernandes, sublinhando que o PS já “nos surpreendeu em fazer acordos pontuais com os governos minoritários”.

Em comunicado, Ana Rita Carvalhais, primeira candidata da CDU pelo círculo de Leiria, lamentou não ser deputada, mas garantiu que não será esse facto que fará com que as suas lutas pelo distrito não cheguem à assembleia da república pela voz dos grupos parlamentares do PCP e dos Verdes.

“Aos trabalhadores e às populações do distrito de Leiria que confiaram na CDU afirmamos que podem continuar a contar connosco, que podem contar com uma força que dará combate decidido à política de direita e que já no início dos trabalhos parlamentares apresentará iniciativas e propostas que reparem as malfeitorias do governo PSD e CDS e restituam ao povo português o que lhes foi retirado indevidamente – rendimentos, direitos e condições de vida”, afirmou Ana Rita Carvalhais.

Marlene Sousa/Mariana Martinho/Francisco Gomes

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