O atual vereador na Câmara de Loures comentou que o espetáculo “foi contratado por uma empresa privada e apenas na sua promoção, num domingo à noite, com quase “tudo” fechado no concelho”, interrogando “quanto custou, no total, esta “dádiva” ao Continente, sem uma palavra de agradecimento ao Município”.
Fernando Costa vai mais longe: “Aproveito para manifestar a minha total e gratuita disponibilidade para ajudar a Câmara fazer aquisições por melhores valores, evitar despesas, poupando muitos milhares de euros. Tanto mais que é preocupante a redução substancial do depósito a prazo de cinco milhões de euros, que deixei “destinados” ao Hospital Termal e Museu de Cerâmica e os prejuízos que se estão a acumular, que vão obrigar a subir as tarifas da água e outras e os impostos municipais, em breve, depois do aumento do IRS”.
Também Paulo Morais, que vai ser candidato às eleições presidenciais de 2016, se manifestou contra a despesa da autarquia caldense com o espetáculo de Tony Carreira.
“A autarquia gastou nesta iniciativa, de âmbito privado, 27500 euros, patrocinando a promoção a uma marca comercial de uma grande superfície. Não se entende que se use dinheiro de impostos do povo para “apoiar” o Continente”, declarou Paulo Morais.
Recorde-se que o evento foi integrado numa ação de campanha publicitária do Continente. “Nos dias que correm, temos muitos outros sítios onde investir esse dinheiro. Não fomos acompanhados pela maioria PSD e pelo CDS, que votaram a favor desta operação. Consideramos aberto o precedente: a partir desta deliberação, qualquer empresário deve pedir comparticipação à Câmara para desenvolver uma iniciativa publicitária sua. E não deve ver recusado o seu pedido”, afirmaram Rui Correia e Jorge Sobral, vereadores do PS que votaram contra.
Segundo o Continente, cerca de 27 mil pessoas participaram no evento. “Não temos como documentar o benefício e o retorno que a realização deste evento trouxe para as Caldas da Rainha, especialmente se o concerto decorreu a uma hora em que nem sequer a maior parte dos estabelecimentos comerciais está aberta. Mas mesmo que se verificasse um extraordinário retorno turístico e publicitário das Caldas da Rainha, consideramos indispensável que fosse esse retorno quantificável, ou no mínimo, estimável, para que se considerasse a atribuição deste apoio financeiro. Nenhum destes dados foi sujeito a consideração”, referiram os socialistas.
Francisco Gomes
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