Os comunistas, que estão contra a concessão do Hospital Termal à Câmara das Caldas, põem em causa a transferência do património se houver uma mudança de Governo nas eleições legislativas que se irão realizar a 4 de outubro. “O dr. Miguel Carpinteiro disse que a transferência está em fase de ultimação, mas o primeiro-ministro há quinze dias disse que não sabia quando é que a concessão iria ser efetuada e duvido que seja feita antes das eleições”, disse José Carlos Faria. “A posição do PS relativamente ao Hospital Termal é muito contraditória, os primeiros passos no caminho da privatização foram dados pelo dr. Correia Campos no Ministério da Saúde e isto vai ao arrepio de outras medidas que dentro do PS existiam, como nos tempos da dr. Maria de Belém, que defendia uma fundação pública”, apontou o elemento da CDU.
José Carlos Faria revelou ainda que Miguel Carpinteiro disse que o orçamento do Hospital Termal “não representaria uma parte significativa do orçamento do CHO e que o encerramento e não investimento no mesmo é uma questão política”.
Vítor Fernandes saiu indignado da reunião, sublinhando que “embora a gestão ainda seja do CHO, estão à espera da concessão para a Câmara Municipal e divorciaram-se por completo daquilo que se vai passando no Hospital Termal”. Acusou ainda o CHO de ir ao Hospital Termal tirar equipamento que necessita para colocar no hospital das Caldas, degradando ainda mais o edifício.
O deputado da CDU na Assembleia Municipal das Caldas diz que continua a defender que o Hospital Termal seja integrado no Serviço Nacional de Saúde, “mesmo admitindo a hipótese da Câmara ter uma colaboração, deveria ser uma parceria com o Ministério da Saúde”. “Nas mãos da autarquia com que meios vão gerir o Hospital Termal?”, questionou Vítor Fernandes. “A Câmara não tem vocação, não tem pessoal especializado e tem que recorrer a um parceiro e é evidente que nenhum privado com a situação que isto está vai pegar nisto porque é preciso investir milhões”, disse o comunista. “O objetivo é a que autarquia recorra aos fundos comunitários, faça a obra e depois apareçam os privados”, adiantou.
A candidata Ana Rita Carvalhais disse que a visita às Caldas teve como objetivo saber em que ponto de situação está o Hospital Termal, revelando que Miguel Carpinteiro a deixou muito preocupada porque tudo indica que “o caminho será a privatização”. Se for eleita garante que vai levar a questão à Assembleia da República porque “nada é irreversível”.
Miguel Carpinteiro substituiu o presidente do Conselho de Administração, Carlos Sá, que está de férias. No final da reunião fizeram uma visita ao interior do Hospital Termal na qual a comunicação social não foi autorizada a acompanhar pelo vogalexecutivo doconselho de administração do CHO.
Marlene Sousa
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