Não procuro na escrita glória ou fama,
Das pessoas, nem sequer um louvor…
Hoje grande, amanhã na lama,
Tal o amado que perdeu o amor!
Caminho incerto, que a luz não alumia,
Como a sorte, de um jogador a perder…
Quanto mais arrisca, mais esvazia,
Do verso surdo, à voz que o ler!
Dos louros de poeta, é cada folha um engano,
São fumos e delírios de uma caneta…
Mas dos meus sonhos, sou eu soberano,
E seus mistérios, encerro nesta caderneta!
Não preciso que o digam, serei desconhecido,
Não conhecerei prémio, por inglória obra…
Por fim, quando deste mundo tiver partido,
Deixem me ao menos ser, o que da poesia sobra!
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