Sucede que os autocarros modernos, sejam eles verdadeiros autocarros ou “mini-autocarros”, já não têm janelas de abrir (com exceção de um pequeno postigo na janela do motorista), porquanto estão equipados com ar condicionado…ou deveriam estar.
Ora, a “Rápida Rosa”, na qual viajo quase todos os dias, por motivos profissionais, não é uma carreira qualquer porque tem a originalidade de fazer transportar os seus passageiros, num percurso de mais de 50 Km, sendo pelo menos 20 em autoestrada, num “mini-autocarro” (veja-se foto), com condições de conforto apenas suficientes para percursos urbanos, e ao nível de um país de terceiro mundo no percurso em causa.
Com efeito, para além de, por vezes, não caberem todos os passageiros, os assentos são totalmente inadequados para tal viagem (mesmo aqueles que não têm as costas avariadas) e, outras vezes, chegam ao destino com enorme dificuldade, chegando a circular a 50 Km/h na A8. Mas a originalidade maior destes mini-autocarros é não disporem de um verdadeiro ar condicionado, mas tão só de um simulacro de ar condicionado: faz muito barulho, mas o ar que entra no habitáculo vem à temperatura ambiente- o que nestes dias de calor é muito interessante e talvez constitua uma atenção especial da Rodoviária do Tejo: proporcionar aos seus passageiros, de graça, uma sauna. E, por isso, lembrei-me dos vidros de abrir nos autocarros; pelo menos, sempre entrava uma aragem e não um bafo de ar aquecido e (a)condicionado! Refira-se ainda que a “Rápida Rosa” disponibiliza também autocarros verdadeiros, mas a horas em que só há meia dúzia de passageiros: às 6.30 h (ida) e às 17,20 h (volta).
António Marques
Resposta da Rodoviária do Tejo
É importante realçar que esta carreira, justificada e autorizada em 2012 num momento em que se anunciava o ‘abandono’ da linha férrea do Oeste entre Caldas da Rainha e Figueira da Foz por parte da CP, perdeu grande parte da sua razão de ser quando, felizmente para a região, não se concretizou esta possibilidade amplamente anunciada.
Realça-se ainda que a procura desta linha, está amplamente servida pelas carreiras de serviço público da Rede Nacional de Expressos, das carreiras interurbanas da Rodoviária do Tejo e também, obviamente, pela própria CP/Linha do Oeste.
Os quase nulos níveis de procura que esta carreira sempre apresentou (mais de metade dos horários, na totalidade do seu percurso, não têm hoje mais do que cinco passageiros por viagem), tornaram-na, desde o seu início, num serviço rentabilidade económica insustentável e impensável de manter nestes moldes. Por esta razão e como é expectável, a empresa tem já decidida a total e inevitável reformulação deste serviço já a partir do início do próximo ano escolar;
No que se refere ao desempenho da viatura interurbana de 26 lugares (Iveco) que muitas vezes é escalada para cumprir parte deste serviço, informamos que foi a mesma alvo de verificação dos seus aparelhos de ar condicionado para analisar a possibilidade de melhoria do desempenho dos mesmos.
A administração da Rodoviária do Tejo
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