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PSD e CDS em coligação distrital mas de candeias às avessas nas Caldas

Francisco Gomes

EXCLUSIVO

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O PSD e o CDS fizeram uma coligação distrital, à semelhança do que já acontece no Governo, para realizarem uma campanha conjunta para as eleições legislativas, mas a unidade que se pretendia está longe de ser alcançada nas Caldas da Rainha. Declarações de um deputado municipal do CDS e um comunicado deste partido nada abonatórios para a Câmara social-democrata, fez estalar o verniz.
Ação da coligação "Portugal à Frente" no centro das Caldas da Rainha

Tudo começou na última reunião da Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, quando João Diniz, deputado do CDS, falou sobre o Orçamento Participativo, frisando que “a decisão da Câmara em transformar o Orçamento Participativo numa ação a realizar de dois em dois anos é uma prova inequívoca da dificuldade deste executivo em implementar projetos, mesmo quando de pequena dimensão”.

“Para além da manifesta incapacidade de implementar projetos, esta decisão da Câmara revela ainda outra muito preocupante tendência, que é de ignorar a participação cidadã, tique de quem tem o poder há muito, e raciocina em círculo fechado”, declarou.

“Quem não sabe dançar diz que o chão está torto”, exclamou o elemento do CDS, que manifestou dúvidas sobre outro aspeto: “Se a Câmara não é capaz de gerir um pequeno projeto como é o do Orçamento Participativo, demonstrando ainda fraca ligação com a sociedade civil, como podemos esperar que seja capaz de gerir o projeto termal em toda a sua extensão e complexidade?”.

Pediu então ao presidente da Câmara para “reconhecer que a sua equipa não é suficiente para um projeto desta importância e envergadura e criar uma estrutura de apoio dedicada e especializada para sustentar todo o projeto”.

João Diniz insistiu na crítica à Câmara: “O secretário de Estado do Turismo [em recente sessão sobre o Termalismo promovido pelo CDS] disse que há território disse que há territórios que têm o azar de não ter nada. Eu acrescento que nós temos o azar de ter esta Câmara”.

Uma declaração que caiu mal e levou até o presidente da Câmara a questionar se teria sido o secretário de Estado (do CDS) a dizer isso, tendo João Dinis repetido que ele próprio é que que acrescentou a observação do “azar de ter esta Câmara”.

Tinta Ferreira preferiu na altura não comentar o que considerou serem “posições agressivas que o CDS tem tido no contexto municipal”, sublinhando que PSD e CDS estão coligados pelo país. “O país está acima das diatribes locais e não vou comentar ao mesmo nível”, respondeu apenas.

Mas em defesa do PSD apareceu Luís Ribeiro, presidente da Assembleia Municipal, que se insurgiu contra as declarações de João Diniz.

“O que foi dito é profundamente injusto”, considerou Luís Ribeiro, que lamentou que o secretário de Estado do Turismo “tenha vindo às Caldas dizer que se quisermos ter um projeto [termal] temos de meter os pés a caminho, porque da parte do Governo não haverá um tostão, o que é uma ofensa à população das Caldas”.

“Ficámos a saber que quem foi bater à porta do ministro da saúde para entregar o hospital termal à Camara foi o deputado Manuel Isaac [do CDS] e não quero deixar de denunciar isso como caldense indignado”, declarou Luís Ribeiro.

CDS volta ao ataque

Em comunicado emitido no dia 19 de junho (na véspera de uma ação da coligação distrital do PSD/CDS nas Caldas), a Comissão Política do CDS-PP de Caldas da Rainha colocou ainda mais lenha na fogueira da discórdia.

O CDS repudiou a declaração do presidente da Assembleia Municipal, considerando que João Dinis e o CDS foram “açoitados de forma verbal”.

“Fez ainda alusão a anteriores declarações do vereador e deputado Manuel Isaac, apontando-o como o culpado pelo encerramento do Hospital Termal, porque terá pedido ao Ministro da Saúde que entregasse o Hospital e respetivo património aos caldenses. Como se não bastasse, permitiu-se ainda o sr. Presidente da Assembleia Municipal classificar a palestra do sr. secretário de Estado do Turismo, sobre o tema do termalismo e fundos comunitários, como uma “conferenciazinha”, porque aquele governante não terá assumido por parte do governo participar financeiramente no projeto termal”, lê-se no comunicado do CDS.

“Encontrar na declaração apresentada na Assembleia Municipal pelo membro do CDS, João Diniz, qualquer termo ou frase ofensiva, não passa de um exercício rebuscado de vitimização, a menos que fosse desde agora considerada ofensa a manifestação de discordância relativamente à forma como os destinos do concelho são orientados. E de facto, são conhecidas e assumidas as profundas e claras discordâncias políticas que o CDS tem relativamente à forma como o concelho é gerido”, referiu a comissão política.

“Já inexplicável, é a afirmação de que o vereador e deputado Manuel Isaac foi o culpado pelo encerramento do Hospital Termal. Ao invés, perante o encerramento do hospital, motivado exclusivamente por questões de ordem técnica, assim afirmou na altura o próprio delegado de saúde, de facto sugeriu ao sr. Ministro da Saúde a entrega do património termal ao Município, como forma de serem os caldenses a gerir o seu destino. Solução que aliás, veio a ser corroborada por outras forças políticas, entre as quais o PSD. Torna-se ainda patética a tentativa de induzir na opinião pública a mera hipótese de um deputado ter o poder de dizer a um ministro o que deve ou não fazer”, sustentou o CDS.

O partido recordou que o secretário de Estado do Turismo “não fez do que assumir exatamente o mesmo que o sr. Primeiro-ministro afirmou no seu discurso no dia 15 de maio, que de facto o Estado não tem dinheiro para o projeto termal das Caldas, a não ser, como frisou insistentemente, através de fundos comunitários”.

“O CDS não recebe seja de quem for, desaforos, tentativas de intimidação ou de silenciamento, independentemente do tom e da forma como são proferidas. Exigimos o tratamento institucional e pessoal respeitoso, que sempre usamos e que nem o calor da discordância política pode pôr em causa. Afinal, a educação está acima da exaltação”, concluiu a comissão política.

PSD espantado

No jantar de tomada de posse dos novos órgãos da JSD das Caldas da Rainha, no passado sábado, o comunicado do CDS foi alvo de considerações da parte do presidente do PSD local. “Não contem comigo para andar de mão dada ao sábado [dia da primeira ação de rua da coligação] e ao estalo à terça [dia da assembleia municipal]. Entendo que cada um deve perceber o que é o mais importante, que são os valores que se levantam, que é o país, e temos de saber na política ser responsáveis. Não respondo mais do que isto, porque estamos numa caminhada para a vitória nas próximas eleições legislativas”, insurgiu-se Hugo Oliveira, incomodado com o teor do comunicado do CDS.

Fernando Costa, presidente da distrital de Leiria do PSD, também ficou espantado com a posição do CDS e comentou o caso: “O CDS faz um comunicado muito desagradável em relação à Câmara, mas neste momento temos de esquecer essas divergências”.

Campanha em conjunto

Teve lugar no passado dia 15,em Leiria, a primeira reunião conjunta das direções distritais do PSD e do CDS-PP, com vista à preparação das ações a levar a cabo no distrito, pela coligação “Portugal à Frente”.

“Relegadas para último plano as eventuais divergências político-partidárias, foram colocadas em primeiro lugar as preocupações de interesse nacional e distrital. É com este espírito, total empenho e com a experiência melhorada das eleições europeias, que preparamos e perspetivamos desde já um resultado também ele ainda melhorado relativamente a essas eleições”, referia na altura a coligação distrital, dirigida por Fernando Costa, presidente do PSD distrital, e Rui Gonçalves, que ocasionalmente é vereador do CDS na Câmara das Caldas quando substitui Manuel Isaac.

A coligação levou a efeito em Leiria, no Hotel Eurosol, na última quinta-feira, uma conferência sobre o tema da qualificação, tendo como oradores o ministro da Educação, Nuno Crato, e o secretário de Estado do Emprego, Octávio Oliveira, contando ainda com a presença de dirigentes nacionais dos dois partidos e dos deputados da coligação por Leiria.

Está a ser promovida em todo o distrito, entre os dias 20 e 28 de junho, uma ação de informação pública, na qual participam deputados por Leiria, autarcas e dirigentes locais. Na manhã do passado sábado, a coligação esteve na Rua das Montras e Praça da Fruta. No domingo, foi a vez do Mercado de Pataias, em Alcobaça. Apesar das divergências, imperou a união, com sorrisos e abraços entre elementos do PSD e CDS. No próximo domingo a coligação estará no Mercado de Santana, em Alvorninha.

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