Na cerimónia, o segundo comandante José António desejou aos novos bombeiros “a maior das sortes”, manifestando contar com eles para as missões desempenhadas pela corporação, que passa a ter 107 elementos no corpo ativo.
Após a integração na formatura com os restantes bombeiros, Abílio Camacho, presidente da associação humanitária afirmou que “é com muito agrado que nós vos recebemos nesta casa como bombeiros, mas vai começar o sacrifício. Conheço uma senhora que tem um filho que é bombeiro e que sempre que toca a sirene ou que ele vai para um incêndio fica a chorar”.
O comandante dos bombeiros, Nelson Cruz, começou por sublinhar “os níveis de exigência necessários para ser bombeiro”, depois de concluírem o curso de instrução inicial, os cursos obrigatórios e o estágio probatório com sucesso.
“Hoje podíamos ter 25 estagiários a jurar bandeira, mas só temos nove, pois com este modelo, da forma que o estão a fazer, é apenas e só perder novos recursos, quando se está mais de sete meses a aguardar por uma formação obrigatória, então pergunto qual o papel da Escola Nacional de Bombeiros? E como não bastasse, mais seis meses de estágio probatório que nada tem de exequível para uma estrutura voluntária”, lamentou.
Segundo defendeu, “a Autoridade Nacional de Proteção Civil terá que repensar as suas exigências e imposições para com estas mulheres e homens que querem abraçar esta causa”.
O comandante divulgou também o que considerou ser “uma injustiça inqualificável” referente a um estagiário, Hugo Faustino, membro desta escola de estagiários, que “só porque sofreu um acidente de viação a 14 de junho de 2014, perdeu a possibilidade de hoje jurar bandeira, e perguntamos porquê, dado que o mesmo passados três meses estava totalmente recuperado, já tinha concluído o Curso de Instrução Inicial e o Curso de Tripulante de Ambulância de Transporte com aproveitamento, e há sete meses que aguarda a possibilidade de frequentar o Curso obrigatório de Técnicas de Salvamento e Desencarceramento e posteriormente vai ter mais seis meses de estágio probatório. Nos sete meses que passaram podia ter apanhado os seus colegas”.
“Faço um apelo: Que as estruturas nacionais não acabem com o voluntariado em Portugal, verifiquem que tipo de legislações estão a fazer. Complicar, burocratizar, leva à exclusão e não à admissão”, declarou.
Nelson Cruz agradeceu o trabalho da direção, nomeadamente ao nível da gestão financeira, porque “já não falando de todas as outras despesas, só em equipamento de proteção individual e fardamento para estes estagiários foram mais de 36 mil euros”.
Aos familiares dos novos bombeiros, o comandante deixou “uma palavra de apreço e gratidão, pelas sentidas ausências e preocupações pelos riscos inerentes à função de bombeiro”, lembrando que “só é possível ser um grande bombeiro quem tem um grande apoio”.
Aproveitou também para elogiar os instrutores e tutores que ajudaram os novos bombeiros – os adjuntos
Paulo Martins e Ricardo Soares, e os bombeiros Vasco Conde, Rui Ferreira, Vítor Tavares, João Paulo, Luís Ventura, Sabino Bonifácio, José Almeida, Ernesto Marques, Vasco Silva, Marco Domingos, Telmo Jacinto, João Fragoso, Pedro Santos, Telmo Pacheco, Bruna Simões, Pedro Marques, Daniel Ventura, Tiago Solteiro, Luís Carradas, António Soares, José Gomes, Hélder Luís e Pedro Pereira – que receberam certificados.
O chefe Ernesto Soares e o segundo comandante José Silva receberam uma menção honrosa “pela forma exemplar como conduziram esta escola de estagiários a este patamar de excelência”.
Festa no Dia da Cidade mostra respeito pela população
Rui Vargas, presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Leiria, salientou a escolha da data de 15 de maio para esta cerimónia. “A festa no dia da cidade mostra o respeito que os bombeiros têm pela população e o respeito que a população tem pelos bombeiros”, realçou, mostrando-se ainda “solidário” com o discurso do comandante Nelson Cruz.
Mário Cerol, representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, declarou que “a corporação das Caldas é uma referência nacional”. Sobre os “recados bem dados” pelo comandante, comentou “estar de acordo” com os alertas deixados.
Tendo começado nesse dia a fase Bravo de combate a incêndios florestais, a segunda mais crítica, pediu aos bombeiros para pensarem sempre na sua própria segurança no teatro de operações.
Sérgio Gomes, comandante das operações de socorro do distrito de Leiria, referiu que “não há melhor sentimento no final de uma ocorrência do que o de dever cumprido”, alertando, no entanto, que “a vida de todos nós está acima de tudo, e vale mais arder um hectare de eucaliptos do que queimarem quatro mortos”.
Tinta Ferreira, presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, elogiou os novos bombeiros que “decidiram dedicar a sua vida em prol dos outros”. Revelou ainda que a autarquia tem comparticipado a atividade dos bombeiros, e que em breve, através de uma candidatura supramunicipal, serão atribuídos novos fatos aos soldados da paz caldenses.
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