O realizador caldense apresentou o filme em março, no The Script Road – Macau Literary Festival, juntamente com o autor e intérprete da banda sonora, António Victorino D’ Almeida.
O Short Film Corner terá lugar em maio e o Madrid International Film Festival vai decorrer na primeira semana de julho.
“No Divã” é uma curta-metragem com a duração de 25 minutos, baseada num guião original de Miguel Costa e, que conta no seu elenco com atores de relevo, tais como Paulo Pires e André Gago, bem como com a participação especial de António Victorino D’almeida, numa cena rodada no salão nobre do Palácio Marquês da Fronteira.
Esta narrativa pretende ser uma viagem pelo mundo onírico dos personagens principais, o Dr. Rodrigo e sua esposa Susana, numa luta entre o universo sensorial, e a razão, revelando também a subjetividade circunstancial do ser humano.
As filmagens decorreram essencialmente em dois décors, o interior e exterior da “Casa do Passal”, antiga casa do Cônsul de Portugal em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, em Cabanas de Viriato, e nos jardins, biblioteca, salão nobre, hall e fachada do Palácio Marquês da Fronteira, em Benfica, e contaram na sua decoração com peças do designer Toni Grilo.
Um psicólogo, o dr. Rodrigo, um homem bem na vida, começa a receber visitas de uma paciente misteriosa, que mantém o seu anonimato ao longo das sessões. A mesma conta-lhe a sua história, recebendo em troca os conselhos do doutor. Com o decorrer das consultas o dr. Rodrigo vai-se envolvendo cada vez mais, no universo intrigante e atraente da sua paciente, revelando mesmo grande atração pela figura que nunca viu, pois todas as consultas são dadas com o Dr. Rodrigo virado para a janela e de costas para a sua paciente, imposição da mesma. Com todo esse mistério a tecer no seu imaginário estímulos de cariz libidinoso, culminando a série de visitas de uma forma inesperada.
Segundo o realizador, “o filme fala sobre a alma humana, suas necessidades, preconceitos, tensões, desejos, interesses, estímulos, contradições e perversidades. Sem tomar partido por nenhuma das partes, o mesmo tenta mostrar como a mesma realidade pode ter dois pontos de vista completamente contraditórios”.
“No divã” tem como protagonistas Paulo Pires e Bastet Cabeleira, nos papeis de Dr. Rodrigo, e a sua esposa Susana, respetivamente. André Gago, interpreta um declamador e António Victorino D’Almeida, um pianista improvisador.
Os estreantes Inês Simões, Pedro Borges de Lemos, Pedro Miguel, João Elias, Jéssica Isidoro, Dora Anes e Jéssica Martinho completam o elenco, secundado por cerca de duas dezenas de figurantes.
O mesmo foi rodado em cinema digital 4,5k A e a pós-produção foi efetuada nas Caldas da Rainha, na produtora Miguel Costa Filmes, e durou cerca de três semanas.
A banda sonora tem como mais valia, a composição original de António, Victorino D’ Almeida, que apoia todo o universo emocional do filme, tendo sido gravada numa sessão privada, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha.
Esta curta recebeu o apoio de algumas instituições, como a Fundação Aristides de Sousa Mendes, Fundação Marquês da Fronteira, Tony Grilo Design Studio, Volvo Portugal, Auto-Júlio, bem como da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste.
Miguel Costa nasceu nas Caldas da Rainha, tem 44 anos e estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema, e participou em diversos workshops de cinema.
Trabalhou como assistente de realização na Produtora de Cinema de Publicidade- SHOTS e, como realizador na Televisão de Macau – TDM, no Canal de Notícias de Lisboa, Parque das Nações – Expo 98, Novaga, Duvideo e, mais tarde, fundou a sua própria empresa.
Assinou como diretor de fotografia a longa-metragem do Maestro António Victorino D’Almeida, “O Tempo e as Bruxas”, e realizou os documentários para a RTP “Olga Prats e os compositores portugueses” e “A Poética de António Victorino D’ Almeida”, para além dos concertos de Maria de Medeiros no CCB e CCC e “Improvisações” de António Victorino D’ Almeida, em Macau e Óbidos.
Como projetos de futuro tem a realização de uma longa-metragem, sobre um argumento que acabou de escrever.
Francisco Gomes
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