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Macas dos bombeiros retidas várias horas no hospital

Francisco Gomes

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Na unidade das Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) as macas dos bombeiros onde são transportados os doentes têm ficado retidas várias horas. “Temos de esperar que o doente seja triado e supostamente na triagem deve haver uma maca para ser transferido. Quando não há, fica em cima da nossa maca até ser internado ou darem-lhe alta”, relatou Nelson Cruz, comandante dos bombeiros das Caldas da Rainha.
O CHO não devolve rapidamente as macas aos bombeiros e as ambulâncias ficam imobilizadas

Na unidade das Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) as macas dos bombeiros onde são transportados os doentes têm ficado retidas várias horas. “Temos de esperar que o doente seja triado e supostamente na triagem deve haver uma maca para ser transferido. Quando não há, fica em cima da nossa maca até ser internado ou darem-lhe alta”, relatou Nelson Cruz, comandante dos bombeiros das Caldas da Rainha.

A situação leva a que as ambulâncias fiquem imobilizadas. “Isto acontece quase todos os dias e não é só nas épocas sazonais”, revelou o comandante, que deu conta de que “no passado dia 4 tivemos cinco macas retidas, e recentemente, num alerta de pré-afogamento nas Caldas da Rainha, teve de ser a corporação de Óbidos a deslocar-se, porque os nossos carros estavam parados no hospital”.

Nelson Cruz sublinhou que “o socorro pode ficar em causa e o embaraço só acaba por não grande porque o CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes, que coordena o sistema], manda avançar as corporações disponíveis, embora não seja o mesmo chegar em três minutos do que em um quarto de hora”.

Em Óbidos, Carlos Silva, comandante dos bombeiros, disse que apenas ocasionalmente se verificam mais demoras com as macas, mas indicou que tem havido mais serviços para fora do concelho, nomeadamente Caldas da Rainha, o que poderá ter a ver com as ambulâncias retidas no hospital.

Carlos Sá, presidente do Conselho de Administração do CHO, garantiu que a situação de macas retidas com os doentes, por vezes até nos corredores da urgência, devido à falta de espaço, “é inerente ao período do ano que vivemos”.

“A urgência está dimensionada para necessidades médias. Se há períodos em que há maior número de pessoas a afluírem, é natural que isso tenha reflexos, mas não podemos fechar a porta à entrada na urgência”, declarou, assegurando que ao mesmo tempo que foram disponibilizadas dez camas de internamento na unidade de Peniche para serem transferidos os doentes das Caldas da Rainha e de Torres Vedras, está a procurar-se “otimizar o funcionamento da urgência para reduzir ao mínimo o tempo de permanência até os doentes terem alta ou serem direcionados para internamento”. Iam também ser adquiridas mais macas.

As corporações de bombeiros que transportam doentes para a unidade de Torres Vedras do CHO também se queixam do mesmo. Os bombeiros da Lourinhã já viram o socorro ter de ser prestado pelos colegas de Torres Vedras e do Bombarral porque as ambulâncias estavam paralisadas no hospital. Em Torres Vedras, a corporação teve de adquirir mais macas para servirem de suplentes.

Ministro anuncia remodelação da urgência nas Caldas

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou na passada quinta-feira, na Assembleia da República, que vão ser remodeladas urgências em cinco hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Vamos remodelar urgências que pura e simplesmente não têm capacidade como é o caso da Amadora, das Caldas da Rainha, do Barreiro, de Coimbra e de Gaia”, revelou Paulo Macedo, que foi chamado ao Parlamento para um debate de atualidade sobre a situação que se tem vivido nas urgências hospitalares, a pedido do Partido Socialista.

Recorde-se que o ministro deslocou-se à unidade de Caldas da Rainha do CHO no dia 3 de dezembro. Em reunião com o conselho de administração, foram abordadas as várias matérias da gestão hospitalar, do equilíbrio económico e financeiro, com realce para a atividade assistencial em geral e para o Programa de Prevenção da Gripe Sazonal.

“Durante esta reunião, foram analisados os principais desafios que se colocam ao CHO, entre os quais a necessidade de alargamento e requalificação do serviço de urgência médico-cirúrgica da unidade das Caldas da Rainha e a necessidade de reforço orçamental e do quadro de pessoal em várias áreas, nomeadamente em diversas especialidades médicas. As respostas a estas questões vão possibilitar melhorias substanciais no acesso aos cuidados de saúde da população da área de influência do CHO”, revelou na altura a administração do CHO.

“O ministro da Saúde foi sensível às diversas questões colocadas, perspetivando-se a possibilidade de a curto prazo serem desbloqueadas algumas das situações pendentes nas áreas referidas. Entre estas destaca-se o compromisso para, cumpridas avaliações prévias, avançar com as obras necessárias para o alargamento da urgência (verba que ultrapassa o milhão de euros), melhorando de forma significativa as condições físicas de funcionamento deste serviço”, adiantou a administração.

Petição contra encerramento de serviços no hospital

Um habitante das Caldas da Rainha lançou na Internet uma petição para o não encerramento dos serviços de maternidade, psiquiatria e pediatria no hospital das Caldas da Rainha.

Dirigindo-se a “utentes/clientes e todos os profissionais de saúde e população em geral”, o primeiro subscritor, que afirma ser técnico de saúde, começa por frisar que os profissionais “dão o melhor que sabem e podem”.

“No hospital das Caldas da Rainha querem fechar mais serviços. Já chega!”, manifesta.

Segundo a petição, a situação “vai deixar a população ainda com mais dificuldades e carências”, não acreditando que “transferir os utentes/doentes/clientes para Torres Vedras, Leiria, Santarém ou Lisboa seja mais barato”.

“A crise não pode nem deve servir de desculpa para tudo. A contenção de custos e gestão de recursos físicos e humanos é a ordem do dia nesta unidade hospitalar. Não faz sentido acabar com a maternidade a pediatria e numa fase em que os suicídios aumentam a cada dia é urgente e importante repor a psiquiatria e os serviços de saúde mental”, refere.

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