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60º aniversário da fuga de Dias Lourenço do Forte de Peniche

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Assinalou-se a 17 de dezembro o 60º aniversário da Fuga de António Dias Lourenço da “Cadeia do Forte de Peniche”. Preso político, militante do Partido Comunista Português, António Dias Lourenço evade-se numa noite fria de dezembro do “Segredo”, cela de isolamento instalada no Baluarte Redondo da Fortaleza de Peniche, protagonizando uma fuga particularmente arriscada em direção à Liberdade, que pela heroicidade é relembrada enquanto exemplo de resistência efetuada por milhares de portugueses contra o regime fascista do Estado Novo.
Após a fuga o Baluarte Redondo deixaria de ser utilizado enquanto local de isolamento de presos

Assinalou-se a 17 de dezembro o 60º aniversário da Fuga de António Dias Lourenço da “Cadeia do Forte de Peniche”. Preso político, militante do Partido Comunista Português, António Dias Lourenço evade-se numa noite fria de dezembro do “Segredo”, cela de isolamento instalada no Baluarte Redondo da Fortaleza de Peniche, protagonizando uma fuga particularmente arriscada em direção à Liberdade, que pela heroicidade é relembrada enquanto exemplo de resistência efetuada por milhares de portugueses contra o regime fascista do Estado Novo.

Sozinho, preparou a fuga: estudou os movimentos dos guardas e procedeu de modo a ser “castigado”, o que equivalia a ser fechado no “Segredo”. Aí, com a ajuda de uma meia faca que conseguira obter, começa a tarefa de remoção de um pedaço de madeira da porta. Após longos dias de trabalho, consegue sair da cela e munido de uma corda feita de cobertor desfiado e pouca roupa, lança-se ao mar. Alcançada terra firme e depois de mais de uma hora de correria pela então vila de Peniche, Dias Lourenço salta para uma camioneta de transporte de peixe e concretiza a sua evasão.

Após esta fuga o Baluarte Redondo deixaria de ser utilizado enquanto local de isolamento de presos.

António Dias Lourenço nasceu em Vila Franca de Xira em 25 de março de 1915. Torneiro mecânico de profissão cedo aderiu ao Partido Comunista Português, o que lhe valeu ser preso por diversas vezes, tendo passado um total de 17 anos nas cadeias do regime do Estado Novo enquanto preso político. Foi jornalista do jornalO Diabo e responsável pelo jornal“Avante!”,entre 1957 e 1962, e seu diretor entre 1974e 1991. Exerceu ainda as funções de deputado à Assembleia da República entre1975e1987.Faleceu em Lisboa em 7 de agosto de 2010.

Pese embora a sua idade avançada, era usual Dias Lourenço visitar a Fortaleza de Peniche com diversos grupos, particularmente escolares, aos quais descrevia com pormenor as dificuldades da vida na prisão e da sua fuga do “Segredo”.

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