Martin Crimp começa a sua carreira como dramaturgo nos anos 80 escrevendo inicialmente para a rádio. As suas primeiras peças para teatro foram criadas pelo Orange Tree Theatre de Richmond, na periferia de Londres. Nos anos 90 as suas peças começaram a ser reconhecidas fora das fronteiras britânicas. Crimp, com a sua escrita singular e desfragmentada permite ao público entrar no mundo da peça, um meio que faz com que as pessoas se sintam à vontade e que depois se comecem a sentir menos “à vontade”.
Segundo o encenador Fernando Mora Ramos, Martin Crimp “fala dos espectadores, e de todos nós, de si mesmo, no fundo, retratando a passividade conformista dominante, o contentamento de cada um nos ambientes que concretizam o que apelida de uma cultura do contentamento, estreitamente ligada aos rituais de consumo”. O encenador refere ainda que Crimp “faz teatro político, explicitando com humor cruel o que é consequência de um sistema de impotência aceite”.
Traduzido por Paulo Eduardo Carvalho, conta com as interpretações de Isabel Lopes, Mariana Reis, Carlos Borges e Paulo Calatré. O espetáculo, para maiores de 16 anos, está em cena na Sala Estúdio do Teatro da Rainha, de 19 a 22 de novembro, sempre às 21h30.
Em dezembro, a mesma peça é apresentada no Teatro Nacional de São João (de 11 a 13), juntamente com “Definitivamente as Bahamas”, também da autoria de Martin Crimp (de 4 a 6).
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