Um software para a gestão e controlo de custos da iluminação pública dos municípios foi criado pela empresa caldense Makewise, de engenharia informática. Esta plataforma tem como objetivo gerir os consumos energéticos com mais eficiência.
A empresa Nível Mais, responsável pela consultoria e avaliação dos custos energéticos da Câmara das Caldas, está a utilizar a autarquia como “tubo de ensaio” para testar esta plataforma de controlo de consumo da iluminação pública, que já “teve um impacto no terreno, ou seja, a autarquia caldense no último trimestre teve um crédito a seu favor de iluminação pública”, revelou Gonçalo Abreu, responsável pela Makewise, que na passada segunda-feira, no café do CCC, fez uma apresentação deste software à comunicação social.
A Câmara das Caldas é a primeira autarquia a ter implementado este serviço. A ideia partiu do ex-autarca Delfim Azevedo, que enquanto vereador detetou que há um problema em todas as autarquias do país, que “não têm como provar que o valor das centenas de faturas de energia elétrica corresponde a consumos efetivamente feitos”.
Delfim Azevedo concebeu a ideia que foi depois desenvolvida pela Makewise para a empresa Nível Mais É, que pretende agora levar esta plataforma a outros municípios do país.
A Makewise pretende continuar a desenvolver a plataforma, que numa segunda fase poderá também fazer o controlo do consumo de empresas e edifícios.
Delfim Azevedo explicou que a plataforma nasce com o objetivo de “informar as Câmaras sobre o consumo que têm na iluminação pública”. “Sabendo o consumo e as anomalias vai-se evitar os consumos excessivos e vai haver mais estratégia de eficiência energética”, afirmou Delfim Azevedo, acrescentando que “para termos atitudes para intervir na rede, temos que saber quais os consumos”.
Segundo o ex-autarca, as Câmaras recebem de três em três meses centenas de faturas de iluminação pública sem terem como provar se o valor daquelas faturas corresponde a consumos reais. Os contadores da energia pública estão no interior dos PT, cujo município não tem acesso.
Portanto, esta plataforma vai informar a Autarquia sobre todos os gastos com a energia pública por freguesias e ruas. O valor das faturas são introduzidos e a plataforma vai fazer a comparação dos consumos, detetando se existe algum gasto excessivo ou reduzido. “Nem sempre por se gastar demasiadamente menos é bom porque pode haver uma anomalia”, apontou Delfim Azevedo.
O controlo de custo é a primeira fase deste software que poderá caminhar para a gestão inteligente da rede, onde através de um computador pode-se gerir toda a iluminação pública do concelho das Caldas da Rainha.
Gonçalo Abreu disse que esta foi a “primeira abordagem muito pragmática e já com resultados no terreno da aplicação mas com uma visão mais alargada onde queremos caminhar para chegar a um ponto em que conseguimos controlar e gerir a própria rede de iluminação pública e colocar essa capacidade na mão das autarquias”. “Estamos a criar uma solução que tenha um grande impacto não só financeiro como ambiental”, adiantou o responsável pela Makewise.
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