O caso repetir-se-ia dois dias depois, quando o Sistema de Defesa Aérea (DA) da FA detetou duas aeronaves não identificadas numa zona a noroeste de Portugal continental e com rumo a sul, sem plano de voo e sem comunicações com o Controlo de Tráfego Aéreo. Desta vez encontravam-se a 90 milhas (170 quilómetros) do Porto.
O Centro de Relato e Controlo da FA reportou de imediato para a estrutura militar NATO da qual depende, tendo sido decidido ativar a parelha de aeronaves F16 Fighting Falcon, em alerta permanente na Base Aérea de Monte Real, para intercetar e identificar as aeronaves, que foram escoltadas até à sua saída do espaço aéreo de responsabilidade nacional.
O espaço aéreo nacional ou considerado de soberania nacional vai até às 12 milhas. A partir daí e até ao limite das denominadas Regiões de Informação Aérea – Flight Information Region (FIR) – de Lisboa e de Santa Maria, no Oceano Atlântico, é considerado espaço aéreo internacional, mas sob jurisdição de Portugal, cabendo a Portugal a sua monitorização.
As duas interceções realizadas pelos caças F-16 portugueses em espaço aéreo internacional sob jurisdição de Portugal, ocorridas na quarta-feira e sexta-feira, foram as únicas envolvendo aviões militares há pelo menos 20 anos.
Na semana passada, a NATO reportou vários voos realizados por aviões russos, sobre o Báltico, Mar do Norte e Oceano Atlântico.
“A minha opinião é que estão a enviar-nos uma mensagem. Estão a dizer-nos que são uma grande potência e Moscovo quer mostrar que consegue exercer influência sobre os cálculos da aliança transatlântica”, manifestou o Comandante Supremo da NATO, general Philip Breedlove.
“O que se registou na semana passada foi uma formação maior e mais complexa de aeronaves, diria até uma trajetória de voo provocatória”, acrescentou o general norte-americano.
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