O caso passou-se na vila de Wilderswil, no cantão de Berna, e segundo os contornos do caso tornados públicos, Lídia vivia ali há cerca de um ano com Jerónimo Pereira, de 52 anos, e terão casado há dois meses. Mas Alípio Jacinto não se conformava com a relação da ex-companheira e ainda por cima com o amigo que há 26 anos tinha levado para a Suíça.
Para agravar a situação, havia um litígio por causa de um filho em comum de Alípio e Lídia. O homem tinha perdido a tutela do rapaz de sete anos.
As ameaças e perseguições a Lídia e ao atual companheiro já durariam há algum tempo. Há até o relato de que à junta de freguesia do Nadadouro terá sido feito um telefonema, há um ano, a comunicar que Jerónimo tinha morrido e que o funeral seria dois dias depois, o que não confirmou. Na altura, o caso foi abafado por Jerónimo, o que indicia que já previa problemas.
Na segunda-feira Alípio perdeu as estribeiras e cerca das sete da manhã tocou à campainha da casa da ex-mulher. Quando esta apareceu à porta alvejou-a. Jerónimo, alertado pelo disparo, foi em seu socorro, mas também seria atingido mortalmente.
Alípio terá ainda tentado disparar contra a filha mais velha de Lídia, fruto de outra relação. Diana, com cerca de 20 anos, conseguiu fechar a porta e proteger os seus dois irmãos – Ana, de 16 anos, também fruto da anterior relação, e o filho em comum de Lídia e Alípio, que teriam entre 45 e 50 anos.
Desesperado, o emigrante disparou contra si próprio, dentro do automóvel em que se fazia transportar.
Família no Nadadouro apanhada de surpresa
Jerónimo Pereira tinha uma irmã na Suíça, a viver próximo de si. Foi ela quem comunicou o sucedido aos familiares em Portugal.
É no Nadadouro que reside Ema Caetano, outra irmã da vítima, que foi apanhada desprevenida com a situação.
“O meu irmão está há 26 anos na Suíça. Vinha cá todos os anos, mas desde o ano passado que não vinha. Tinha pouca ligação connosco e nem nos vinha ver. Não tem casa cá, passava na Foz do Arelho”, relatou Ema Caetano.
“Nem sabia que tinha casado. Não conheço a rapariga nem sei de onde ela é. Fiquei triste mas é tudo uma surpresa. Não sabemos nem como nem porquê”, adianta.
Uma sobrinha da vítima de Jerónimo contou que só teve conhecimento de Lídia quando há um ano telefonaram para a Suíça para comunicar o falecimento do pai de Jerónimo e quem atendeu o telefonema foi Lídia, que se apresentou como companheira do emigrante.
Jerónimo tem um filho da primeira mulher, um menino com dez anos. Ambos também se encontram na Suíça.
O homem trabalhava num hotel, enquanto que Lídia numa lavandaria. Sobre Alípio, até ao fecho desta edição as informações eram escassas. Continuaria com fortes ligações à Suíça, mas com várias passagens nos últimos tempos por Portugal. E terá viajado para a Suíça horas antes de cometer os crimes.
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