À semelhança do ano passado, serão muitos os populares e devotos que assistirão à cerimónia em que os surfistas solicitam a proteção e agradecem a Santo Estêvão as boas ondas e os bons momentos que passam em comunhão com a natureza.
Tendo a Ilha do Baleal uma forte ligação à pesca e uma comunidade que vive desta atividade, a Procissão incluirá também uma bênção dos pescadores aquando da passagem pela praia onde estes guardam as embarcações.
Este evento único em Portugal ocorre no concelho de Peniche, já conhecido como “Capital da Onda” e palco de uma das maiores competições mundiais de surf. O Baleal é das melhores praias do país para a prática e aprendizagem de surf. Prova disso é o crescimento de negócios ligados a estas modalidades ao longo dos últimos anos: surfcamps, escolas, aluguer de material, surfshops, restaurantes, hotéis e hostels vocacionados para este mercado que não para de crescer.
Milhares de turistas de todo o mundo visitam o Baleal doze meses por ano para aprender e praticar surf, sendo raro o dia em que não encontram dezenas de surfistas dentro de água. O envolvimento deste novo setor desportivo e económico com a comunidade tem sido cada vez maior e o ressurgimento das quase extintas Festas de Santo Estêvão deve-se, sobretudo, ao apoio de negócios ligados ao surf.
Festas de Santo Estêvão
As Festas de Santo Estêvão são uma tradição que esteve décadas sem se realizar. Por altura do São Martinho reuniam-se no Baleal famílias de localidades vizinhas, que aí vinham gozar férias após a época das vindimas. No dia de São Martinho faziam uma procissão à volta da Ilha do Baleal, consagrada a Santo Estêvão, padroeiro da ermida local. E à noite tinha lugar o tradicional magusto seguido de bailarico.
De há cinco anos para cá a tradição foi retomada, com o apoio de negócios locais, ligados sobretudo ao surf, um desporto que cada vez mais tem vindo a dinamizar a economia local.
Com os lucros obtidos foi possível financiar o restauro das imagens de Santo Estêvão e Nossa Senhora das Mercês, peças do século XVI guardadas na ermida da ilha e que já apresentavam sinais de elevada degradação.
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