Durante a celebração eucarística, D. José Traquina foi lembrado como um escuteiro e dirigente “dedicado” na edificação do Núcleo do Oeste, de onde é natural (Évora de Alcobaça), e homenageado pelo chefe nacional por aquilo que representa hoje para cada um dos escuteiros na “doação total ao serviço dos outros”. “O CNE pode e deve ser também um viveiro de vocações para o serviço da comunidade”, alertou aos jovens o responsável da junta central.
Inserido nas comemorações dos 90 anos do CNE e na primeira atividade nacional escutista que participou, o bispo auxiliar dirigiu-se em primeiro lugar à Junta de Núcleo do Oeste, que renovou o mandato em tomada de posse, para qualificar a “responsabilidade acrescida” por ser o núcleo mais antigo da Região de Lisboa, e pela “belíssima tradição na formação da juventude, que continua a dar bons frutos ao longo dos anos, nesta Zona Pastoral do Oeste”.
O JORNAL DAS CALDAS (JC) acompanhou a atividade nacional no CEO e recolheu alguns testemunhos dos responsáveis e dos escuteiros.
Segundo o chefe nacional Norberto Correia, “não importa organizar grandes atividades que tenham um impacto social muito grande ou na comunicação, importa sim, que cumpram a sua missão e que façam com que o escutismo, que se desenvolve nas bases, seja cada vez de melhor qualidade”. Ao JC, o responsável fez uma avaliação enriquecedora do evento no CEO, salientando a participação de mais de uma centena de agrupamentos, e “o interesse acrescido em atividades paralelas”, como o acampamento e jogos relacionados com a temática das comunicações.
As oportunidades de atividades inseridas no Jota Joti aconteceram também pelo país fora e movimentaram muitos milhares de escuteiros. Para o chefe nacional o grande desafio lançado aos escuteiros para o novo ano escutista passa pela aprendizagem em comunicar uns com os outros, capacitando-os no envio e no retorno das mensagens, “de forma a evitar mal entendidos, que são tantas vezes causa de desavenças e de guerras na sociedade de hoje”.
Empenhados na atividade, os escuteiros dividiram-se entre o radioamadorismo, a internet e outras oficinas paralelas. Beatriz Vivar, do Agrupamento 522 de Cós, Alcobaça, disse ao JC que a sua experiência do Jota Joti no Centro Escutista do Oeste foi gratificante e diferente do que em outros anos, realizados apenas dentro do seu grupo. Para a pioneira de Cós, o encontro proporcionou o contacto com outros agrupamentos, o conhecimento de outros escuteiros, com a possibilidade de fazer novas amizades. “Gostei muito de falar pela internet com outros escuteiros de todo o mundo, embora por pouco tempo, mas reconheço que este atelier sobre a prevenção dos incêndios tem muito mais utilidade prática e é capaz e ser bem mais importante para nós enquanto escuteiros”, referiu.
A escuteira sublinhou a agradável vivência no CEO com o núcleo do Oeste reunido e a participação pela primeira vez na atividade de Geocaching em Salir e São Martinho do Porto, que atraiu a curiosidade e o entusiasmo de centenas de escuteiros ali presentes. “É importante termos a noção da dimensão que o nosso movimento representa pelo mundo fora”, realçou Beatriz Vivar, destacando ainda que gostaria de ver desenvolvidas mais oficinas paralelas em atividades escutistas de maior dimensão, relacionadas com primeiros socorros.
O Núcleo do Oeste tem apostado nos últimos anos na formação e educação para a segurança das crianças e jovens, que nele estão inseridos. Quando existem atividades de maior dimensão no CEO, a sua equipa de gestão aproveita para sensibilizar os escuteiros das várias faixas etárias criando várias oficinas de interesse e utilidade, como a prevenção de incêndios e utilização dos extintores. “A participação dos escuteiros nestas ações é importantíssima, porque 90% da população portuguesa não sabe utilizar um extintor”, frisou o chefe Jorge Ribeiro ao JORNAL DAS CALDAS.
Segundo o dirigente, os equipamentos são obrigatórios, estão em todo o lado, mas grande maioria das pessoas não sabe usar um extintor. Preocupado com que os escuteiros possam fazer parte dessa realidade, o responsável disse que o atelier é uma forma de os escuteiros tomarem contacto com um extintor, saberem quais os processos e indicações para o seu funcionamento e de “sentirem o calor das chamas para dar valor ao trabalho dos Bombeiros e dos agentes da Proteção Civil, e para eles próprios poderem ter uma cidadania ativa e participativa”.
Sobre o Jota Joti, o chefe do Núcleo do Oeste apontou ser “extremamente importante na divulgação do CEO em termos nacionais e mesmo internacionais”. “Dá-lhe uma visibilidade muito maior daquela que já tem até agora, e o facto da junta central ter acolhido esta nossa proposta de receber a estação nacional, é também um voto de confiança do trabalho desenvolvido”, revelou Rui Pedro. Como grande desafio para o novo mandato, o Núcleo do Oeste tem uma caminhada importante, que passa por manter a unidade da família escutista, marca essa que se tem construído durante várias décadas.
“É uma grande responsabilidade nossa manter unido e fiel este espírito e esta identidade”, manifestou o responsável, revelando que em termos práticos e operacionais a junta de núcleo do Oeste aponta como prioridade o acampamento de núcleo do Oeste, a realizar no próximo verão, ainda sem local definido. “Será a grande festa do núcleo do Oeste, que esperamos juntar parte significativa dos escuteiros na mesma atividade, e fazer caminho com os agrupamentos, acompanhando-os na vertente pedagógica e na formação de recursos de adultos”, concluiu.
João Polónia
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