O futebolista, de 25 anos, encontrava-se de regresso a casa de familiares em Torres Vedras, de onde o jogador é natural, quando, na noite de 11 de junho, foi surpreendido na localidade de Sobreiro Curvo pelos dois suspeitos, encapuzados e armados com uma caçadeira. Na altura em que tinha parado o seu luxuoso carro de alta cilindrada – um Mercedes CLK 270 CDI, avaliado em cerca de 40 mil euros – para levantar dinheiro numa caixa multibanco.
Foi abordado pelos dois homens, que o empurraram e ameaçaram-no. André Santos não ofereceu resistência e foi vítima de “carjacking”, não sofrendo quaisquer ferimentos.
Os larápios levaram ainda dinheiro, telemóveis e um computador portátil que estava na viatura, que foi usada em vários crimes com uma matrícula falsa e que ficou bastante danificada na sequência de um despiste na A8, após terem invadido uma bomba de gasolina.
Na mesma noite em que assaltou o jogador, a dupla deslocou-se até às Caldas da Rainha e protagonizou outro assalto à mão armada no posto de combustível da Repsol a caminho da Zona Industrial. O funcionário foi ameaçado e ficou sem o dinheiro que estava na caixa.
A dupla protagonizou diversos assaltos por “carjacking” e usou os carros roubados para efetuar os cerca de vinte crimes de que é suspeita. Num dos casos um dos assaltantes disparou uma caçadeira contra o condutor que resistiu ao roubo e que necessitou de tratamento hospitalar.
Elementos da PJ de Leiria capturaram os suspeitos no Bombarral a 2 de julho do ano passado e levaram os suspeitos na manhã seguinte ao tribunal das Caldas da Rainha, de onde saíram a meio da tarde, após o primeiro interrogatório judicial, com a medida de coação mais grave.
Os dois homens, sem profissão, e com antecedentes criminais por roubo, são suspeitos de vinte crimes de roubo agravado, seis dos quais na forma tentada, três furtos, seis crimes de falsificação de documento, detenção de armas proibidas e um incêndio.
Em comunicado, a PJ explicou que a dupla de assaltantes se apoderou de cinco automóveis através do método de “carjacking”, os quais foram utilizados em roubos a postos de abastecimento de combustíveis, com recurso a armas de fogo.
As detenções ocorreram na sequência de ações policiais de recolha de prova, decorrentes da atividade ilícita dos suspeitos entre 25 de maio e 30 de junho, nos concelhos de Caldas da Rainha, Alcobaça, Rio Maior, Santarém, Cartaxo, Torres Vedras, Mafra, Vila Franca de Xira e Loures, sendo ainda suspeitos de uma tentativa de assalto a um banco em Alenquer, sempre de noite.
No decurso da investigação foi apreendido material usado nos assaltos, nomeadamente três espingardas caçadeiras com canos serrados, um revólver, munições, luvas, gorros do tipo passa-montanhas, três automóveis e chapas de matrículas furtadas.
As autoridades conseguiram recuperar os cinco carros roubados, dois deles parcialmente destruídos pelos assaltantes, através de incêndio provocado e em consequência de acidente de viação, assim como dinheiro e diversos artigos provenientes da atividade criminosa.
Segundo a agência Lusa, o julgamento está previsto iniciar-se a 5 de novembro, havendo para além da dupla principal, três arguidos, com idades entre os 20 e 47 anos, que lhes venderam armas, sendo assim acusados de tráfico.
Francisco Gomes
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