O administrador do Grupo Parras, Luís Vieira, que se ocupa dos 20 hectares afetos à produção de vinho, explicou que o almoço e lançamento do vinho foi o pontapé de saída “para a Casa das Gaeiras que a voltou a estar viva”. “A casta Vital foi a referência das Gaeiras e o fato de nós termos conseguido compreendê-la e trabalhá-la, utilizando as técnicas de vinicultura acabamos por conseguir encontrar a chave para podermos voltar a dar prestígio e o nome a esta casa”, afirmou, Luís Vieira.
O principal objetivo da equipa Parras tem sido manter a tipicidade e qualidade dos vinhos de antigamente. A grande notoriedade desta Casa deve-se principalmente ao vinho branco aqui produzido, que ainda hoje é referenciado como “parte da história do vinho em Portugal” por parte de nomes sonantes do setor, e a sua singularidade provém das uvas da quase desaparecida casta Vital e da influência marítima oferecida pela proximidade ao Atlântico.
Segundo Luís Vieira que é proprietário da Quinta do Gradil (Cadaval) hoje, o Reserva Vinhas Velhas tem tudo para voltar a ser um ícone dos vinhos brancos da região, e a ele juntou-se um Reserva Vinhas Velhas de perfil similar, onde continua a ser notável o caráter único e a essência dos vinhos de outrora. Este é o fruto de um trabalho árduo por parte de técnicos e enólogos do Grupo Parras, que durante os últimos quatro anos têm atuado na recuperação das vinhas e na compreensão das castas existentes.
“Uma vez que estamos numa altura em que a marca passa a ter estes dois Reservas Vinhas Velhas, que acabam por sustentar a qualidade dos vinhos produzidos nas Gaeiras, decidimos também fazer um restyling à gama Colheita, de acordo com a imagem dos Reservas, tornando o portefólio mais coerente e consistente tanto qualitativamente, como em termos de imagem e conceito”, explica Luís Vieira. “O restyling da gama Colheita vai coincidir com a saída para o mercado do Casa das Gaeiras branco 2013 e tinto 2013. O branco vai entrar agora para o mercado e o tinto vai ficar mais algum tempo em estágio”, explica, Luís Vieira.
A produção foi de cerca de 3.300 garrafas do Casa das Gaeiras Reserva Branco e também foram produzidas 3.300 garrafas do Casa das Gaeiras Reserva Tinto. “É uma gama exclusiva para nichos de mercado para conhecedores apesar do preço estar perto dos dez euros”, revela o empresário que perspetiva lançar no futuro alguns vinhos de topo”. Também há um espumante que a Casa das Gaeiras já teve e que o grupo Parras está a estudar a forma de o voltar a fazer.
Questionado sobre o investimento que fez na vitivinicultura da Casa das Gaeiras, Luís Vieira diz que em termos de produtos agrícolas ronda os 50 mil euros que para ele não é significativo uma vez que o grupo Parras nos últimos dois anos investiu cerca de 3 milhões de euros. O empresário acrescenta que há um investimento grande que está a ser feito neste momento que é na comunicação e promoção do vinho da Casa das Gaeiras. “Esse será seguramente o maior investimento que será feito nas Gaeiras e de alguma forma fazendo jus ao acordo que eu fiz com o falecido Frederico Pinto Basto Lupi, e que me enche de orgulho que possa haver um retorno e que a Casa das Gaeiras seja considerada um pequeno Chateau da região de Óbidos, onde são produzidos vinhos de nicho, de produção muito limitada, que primam pela tradição e tipicidade dos vinhos de antigamente”, refere Luís Vieira.
A família proprietária da quinta, que cedeu a casa para a apresentação dos vinhos destaca a aposta nos vinhos que “é um reviver de uma tradição familiar”.
Vinhos Casa das Gaeiras
Casa das Gaeiras Reserva Branco 2013 – DOC ÓBIDOS
Produzido a partir da casta Vital. Vinho de cor citrina, de aromas bem de?nidos marcados pelas notas de fruto de caroço e alguma complexidade. A boca é untuosa e estruturada, com acidez viva e pronunciada. O ?nal é persistente e marcante.
Produção: 3.300 garrafas
PVP: 8,50€
Casa das Gaeiras Reserva Tinto 2012 – DÓC ÓBIDOS
Produzido a partir das castas Syrah, Touriga Nacional e Touriga Franca. Vinho de cor rubi intensa, com aromas profundos e complexos, onde sobressaem os frutos vermelhos maduros, algum balsâmico e folha de tabaco seco. Na boca, os taninos omnipresentes surpreendem pela grande qualidade e pela excelente integração com a fina acidez do vinho. O final é longo, persistente e complexo.
Produção: 3.300 garrafas
PVP: 9,00€
Marlene Sousa
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