Pretende “pugnar pela proteção, segurança e formação dos operacionais”, apoiar a associação no cumprimento das suas obrigações e em matéria de proteção civil, trabalhar dedicadamente e estar disponível para colaborar com o município e os seus serviços, e demais entidades cooperantes.
Destacou as potencialidades e capacidades do corpo dos Bombeiros caldenses que para ele “serão sempre uma referência”, pedindo o seu apoio que “será imprescindível para eu me sentir um comandante realizado”.
“Um bombeiro que num só dia extingue um incêndio florestal, um incêndio urbano, que de seguida socorre a um acidente desencarcerando os sinistrados, que faz um salvamento aquático, um transporte de doentes e uma emergência pré hospitalar é um verdadeiro polivalente, com múltiplas valências, grandes aptidões só pode ser uma pessoa de grande inteligência para não falar da coragem que lhe está na alma”, sublinhou, o novo comandante.
Ao vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rui Rama da Silva que esteve presente na cerimónia, Nelson Cruz, deixou o seu reconhecimento pelo esforço e empenhamento na defesa dos interesses do Bombeiros de Portugal. “É uma tarefa muito árdua, lutar contra quem extinguiu o Serviço Nacional de Bombeiros, lutar contra quem legislou que apenas somos mais uma agente de proteção civil, quando em boa verdade, somos o maior braço armado da proteção e socorro em Portugal. É uma tarefa muito árdua lutar contra quem poucos ou nenhuns incentivos cria ao voluntariado, lutar contra quem tem a ousadia de retirar a isenção das taxas moderadoras nos hospitais, àqueles que com muita coragem e altruísmo a troco de nada sacrificam a sua vida em prol do seu semelhante”, apontou, o novo comandante. À Liga dos Bombeiros Portugueses deixou a mensagem, de que “a vitória é também quando não desistimos é quando somos persistentes e nos afirmamos”.
Distinguiu os nove Comandantes que lhe antecederam ao longo dos 119 anos, e que “são também responsáveis pele deslumbrante história desta centenária Associação”. Assim destacou o comandante fundador, Henrique Sales, Frederico Pinto Bastos, José Filipe Neto Rebelo, Alcino Coelho, Firmino Alves, Henrique Sales Henriques, José Manuel Moura, Pedro Rezendes e “o meu Comandante José António Sousa da Silva que a si lhe devo muito”. “Como décimo Comandante deste Corpo de Bombeiros, não vai ser fácil. Garantiu “empenho, trabalho e dedicação”, mostrando-se confiante até porque está “muito coadjuvado pelo futuro 2ª Comandante, José Carvalho da Silva e pelos aos meus adjuntos de comando, Paulo Martins e Ricardo Soares”.
O novo comandante destacou ainda o presidente da direção da AHBVCR referindo que a sua “linha de pensamento e visão da pessoa humana é singular, a sua honestidade é tão invulgar que o torna de uma pessoa de caráter excecional”.
Em 1992 com catorze anos, Nelson Cruz integrou a escola de recruta, durante 24 meses.
Em 1994, com dezassete anos jurou bandeira, integrando o Quadro Ativo, sendo o seu primeiro Comandante, Henrique Sales.
José António Silva será o Comandante Operacional Municipal (COM)
José António Silva, que a 4 de agosto terminou a sua comissão de cinco anos, a qual não foi renovada por causa da sua idade ultrapassar o que está previsto na lei foi homenageado nesta cerimónia, tendo em conta os relevantes serviços prestados à AHBVCR e à população das Caldas da Rainha.
O Comandante recordou quando foi convidado para assumir o comando revelando que uma das suas apostas foi na formação académica em várias áreas.
Pelo seu empenho e dedicação durante os cinco anos que esteve à frente do Corpo de Bombeiros caldenses, o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira disse que mal seja aprovado em Assembleia Municipal, irá proceder à nomeação de José António Silva, como Comandante Operacional Municipal (COM) onde irá acompanhar as operações de proteção e socorro que na área do município.
Garantiu que a Câmara vai continuar a ajudar financeiramente os bombeiros revelando que o ano passado o contribuo da Autarquia ultrapassou os sessenta mil euros. Referiu ainda que o melhor contributo é da população recordando que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha tem mais de 18 mil sócios.
O autarca não acredita que os incêndios florestais são sazonais e destaca o reduzido número de incêndios que tem havido no Concelho das Caldas referindo que isso tem é o “resultado da boa prevenção que está a ser feita pelos Bombeiros caldense”.
Direção da AHBVCR quer nova lei de financiamento para bombeiros
O presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários das Caldas destacou a homenagem e reconhecimento a José António da Silva é merecida porque “ficará para sempre registado na memória desta Associação e dos bombeiros”. “De nada nos servem as viaturas, de nada servem os meios, se não houver homens e mulheres que através que através do exemplo como o do Comandante José António, se galvanizem para desempenhar com amor e coragem todas as missões que lhes são confiadas no seio desta grande família que é a AHBVCR”, sublinhou, Abílio Camacho.
O presidente da direção revelou que querem uma nova lei de financiamento dos corpos dos bombeiros. Alega que “os bombeiros são praticamente trabalhadores do Estado gratuitamente e isso tem de acabar”. “O Estado se quer ter uma estrutura tem de contribuir financeiramente para a ajudar a pagar, na medida em que onde há bombeiros sapadores ou municipais, as contas estão feitas e nós temos a certeza que com as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários podemos fazer muito com pouco dinheiro”, afirmou, Abílio camacho.
Para este responsável a AHBVCR pode até ser “gerador de novas oportunidades no campo da intervenção social e do mercado de trabalho através de uma lei de financiamento, assente num modelo de tipificação dos corpos de Bombeiros Voluntários de Portugal”.
Abílio Camacho garante que irão pugnar pela reorganização do transporte de doentes não urgentes, que corresponda aos investimentos efetuados pelas Associações de Bombeiros. Pretendem que o Governo faça urgentemente a publicação do Regulamento do Transporte de Doentes não urgentes em ambulância”.
O presidente diz que a direção da Associação irá procurar junto do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica, soluções que “permitam minorar o maior problema que temos dentro da nossa Associação e que nos leva a utilizar ano após ano cerca de 100 mil euros dos nossos recursos para cumprir uma missão que em boa vontade é da responsabilidade do poder central”. “Entre o que recebemos do INEM e aquilo que pagamos existe um défice de perto de 100 mil euros que se fica a dever ao fato de o nosso hospital ficar situado a menos de 3 Km do quartel de Bombeiros das Caldas e em consequência de sermos pagos através de um prémio de saída irrisório que nada tem a ver com o custo real do serviço prestado”, explicou, o responsável.
Refere ainda que irão insistir junto da Câmara Municipal para que a nível local se ponha de pé um “mecanismo de prevenção a aplicar à floresta local. “Procuraremos conseguir a contratualização de apoios do setor a defender os incêndios florestais, criando no âmbito da economia social postos de trabalho dedicados à prevenção”.
Pretendem reclamar ainda junto ao Governo a “normalização, reposição e modernização de equipamentos, com vista a melhorar e garantir a operacionalidade dos corpos dos Bombeiros”.
Querem alargar a credibilização dos Bombeiros na sociedade caldense fomentando e apoiando ações públicas e privadas que tenham por objeto fins socialmente responsáveis e prestigiantes, mas também dignificando e promovendo o seu nome e a sua história.
Abílio Camacho concluiu destacando o empenhamento do Quadro de Honra dos elementos da Fanfarra e da Escola de Estagiários Infantes e Cadetes na vida da Associação lembrando que “todos juntos representam o espirito de grupo que é um grande motivo de orgulho desta que é a maior Associação do distrito de Leiria e uma das maiores do país”.
Marlene Sousa
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