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Comandante Barros Duarte despediu-se da ESE

Inês lopes

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Decorreu no dia 2 o almoço de despedida da comunidade caldense do comandante da Escola de Sargentos do Exército (ESE), Coronel Barros Duarte. Natural de Coimbra, o coronel Barros Duarte relembrou os tempos que passava de carro à porta do quartel das Caldas da Rainha, com a família, quando iam de férias para São Pedro de Moel, onde têm uma casa. "Mais tarde o meu pai foi diretor do Banco Português do Atlântico, atualmente BCP, nas Caldas da Rainha. Barros Duarte tomou posse do cargo de comandante a 7 de setembro de 2012. "Estes dois anos foram fantásticos. Sinto-me o homem mais feliz do mundo ao fim de dois anos", disse o coronel, emocionado. "Para além dos militares, encontrei pessoas fabulosas dedicadas ao seu trabalho, quer na política, no mundo empresarial, religioso, jornalístico e no mundo do ensino. Pessoas dedicadas às causas e à cidade. Muitas dessas pessoas considero minhas amigas", referiu. Barros Duarte estendeu o seu agradecimento àqueles que estiveram presentes no almoço, pedindo desculpas a todas as instituições "por aquilo que a ESE não conseguiu fazer, mas infelizmente nós somos limitados e não conseguimos fazer tudo aquilo a que nos propomos”. “Eu adoraria ter tirado todos os sem-abrigo das ruas das Caldas", lamentou. "Tudo o que faço é para defender os meus concidadãos, que jurei defender em 1981, quando fiz o meu juramento de bandeira”, manifestou.
Almoço de despedida do comandante Barros Duarte

O coronel salientou no discurso proferido, em tom de brincadeira, que “não sou apoiante do Dr. Tinta Ferreira”. Relativamente ao mal-entendido que houve com a pintura dos grafitis das paredes das Caldas da Rainha, declarou que “senti que as pessoas nas Caldas falavam da degradação das paredes e, sabendo que era um custo enorme, na minha boa fé pedi voluntários para pintar algumas paredes da cidade, após um telefonema do Dr. Tinta Ferreira”. “Não o fizemos para ajudar o Dr. Tinta Ferreira a ser presidente da Câmara”, esclareceu o comandante. “Acho que foi uma questão de timing”, sustentou.

Tinta Ferreira desabafou que “há pessoas que não percebem que é possível estar à frente de instituições, com honestidade e lealdade e é possível fazer coisas de boa fé. Há pessoas que não acreditam e que desconfiam”, afirmou o presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha.

Tinta Ferreira agradeceu “o trabalho dedicado e honesto que o comandante desenvolveu, de grande impacto e de grande relevo para a sociedade”.

“O coronel teve uma presença marcante na envolvência com a comunidade e na ação concreta da escola”, concluiu Tinta Ferreira.

Luís Ribeiro, presidente da Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, salientou que apesar das discordância de opiniões, prevaleceu sempre uma grande amizade e respeito mútuo. “A sua personalidade vai muito para além da instituição” referiu Luís Ribeiro.

Para além dos representantes do município e das uniões de freguesias, estiveram presentes no almoço elementos da PSP, GNR, Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha, empresários, Centro Hospitalar, Politécnico de Leiria, Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, entre outros. Várias instituições ofereceram lembranças ao coronel, como recordações das Caldas da Rainha, livros, medalhas, entre outras.

Com 34 anos de carreira militar, Barros Duarte é o único militar da família. Ingressou no colégio militar, em internato, em 1971, por iniciativa do pai.

Porém, o pai do coronel, João Barros Duarte, nunca assistiu a uma cerimónia militar do filho. “O meu pai sempre me deu as condições para que nós pudéssemos vingar do ponto de vista pessoal, mas também profissional”, disse.

O comandante considera que as características que o definem como lealdade, frontalidade e honestidade, “deve-se à educação e aos princípios que o meu pai me deu, apesar de ter estado pouco presente”. João Barros Duarte, foi operário vidreiro e presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, contra a opinião da família. “Sempre foi um dinossauro político da retaguarda, nunca esteve visível. Mas toda a vida lutou pela democracia”, disse o coronel.

Comandar a ESE durante dois anos

“Comandar esta escola durante dois anos, foi um desafio enorme. Encontrei profissionais de grande categoria”, disse o coronel, que considera que os objetivos referentes à formação dos sargentos foram atingidos.

Entre oficiais, sargentos e praças a ESE tem cerca de 200 militares e perto de 200 alunos. Houve uma redução de 60% no número de alunos e cerca de 15% no número de efetivos do Exército Português (cerca 15 na ESE). Barros Duarte considera que a medida já deveria ter sido tomada há mais tempo. “Se calhar deveríamos era estar organizados de outra maneira. É um problema que acho que os nossos generais estão a trabalhar para isso. Mas as reformas não podem ser de um dia para o outro”, explicou.

“A escola de sargentos teve uma grande conquista com o projeto das línguas estrangeiras”, referiu. “Iniciou-se com o inglês, mas o nosso objetivo da escola é dar formação na língua francesa e alemã”, acrescentou.

Caldas da Rainha é também o centro de línguas do exército em e-lerning.

Desde fevereiro, que todos os militares que têm que fazer prova de aferição linguística vêm às Caldas da Rainha. Anteriormente as provas eram realizadas em Évora.

Por iniciativa do comandante Barros Duarte, todos os dias a Santa Casa da Misericórdia recolhe as sobras de alimentação do quartel. “As refeições que não forem servidas são distribuídas pelas cantinas sociais. Não foi mais do que um ato social e de cidadania”. Duas vezes por ano, é feita uma recolha de roupas e bens que não são necessários para serem distribuídos aos mais carenciados. Também estivemos ajudar a carregar processos do Bombarral para as Caldas, Peniche, Alcobaça. Apesar de não ser a nossa missão prioritária, nós cumprimos aquilo que nos dizem superiormente, sem problemas. Seja em fogos, em apoio no transporte, desde que seja pelo interesse público”, apontou.

Depois de dois anos à frente da ESE, Barros Duarte irá ingressar no curso de promoção a general no Instituto de Estudos para os Militares.

Oferta da fotografia do pai Em nome da sociedade civil, António Freitas ofereceu uma fotografia do seu pai, Custódio Maldonado Freitas, com o pai do coronel Barros Duarte, no quartel das Caldas da Rainha. A fotografia remonta ao ano de 1974. “Ambos lutaram pela democracia e pela liberdade”, disse o coronel Barros Duarte.

Inês lopes

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