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Cuidado com os cuidadores

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Conhece algum cuidador? Sim? Então tenha cuidado! Evite aproximar-se dele e qualquer tipo de contacto que possa ter. Se não lhe for possível um total afastamento remeta-se apenas à pessoa que está a ser cuidada, nunca faça perguntas sobre o bem-estar do cuidador e de preferência dê sugestões de como melhorar o seu desempenho e várias críticas relativamente aquilo que faz, que não é mais do que a sua obrigação. Agora, caro leitor, peço as minhas desculpas pelo susto que imagino ter pregado. Mas foi essa mesma a intenção. O cuidador não formal pode ser um familiar: um filho, um pai, um irmão, um sobrinho, etc. como também pode ser um amigo ou um vizinho. O cuidador é aquele que assume a responsabilidade de apoiar um seu familiar ou amigo durante um período de doença ou deficiência que pode ser passageira ou crónica. O tipo de cuidados varia de doente para doente mediante a idade da pessoa, as limitações cognitivas e/ou motoras e a própria patologia.

O cuidador tem de se adaptar a lidar com o seu amigo ou familiar de uma forma diferente e que nem sempre é fácil. Não é fácil para ele lidar com a doença ou deficiência do seu amigo ou familiar porque além de se tratar de um Ser-humano já era também alguém próximo do doente e que tem uma visão muito mais clara do que um cuidador formal do “antes e do depois”. E também poderá ser bastante constrangedor para o cuidador e para o doente ter de lidar com as consequentes perdas de autonomia que o agravamento de algumas patologias poderão trazer e posteriormente, por exemplo com higiene e a intimidade do doente.

Psicologicamente é um trabalho muito desgastante porque, apesar de muitos considerarem uma “obrigação” – cruelmente denominada – e não considerarem “trabalho” por nestes casos não ser remunerado, é todo um conjunto de tarefas em prol do doente que misturadas com o afeto e o desgosto de ver assim o seu familiar querido podem ser muito difíceis de gerir.

Os contactos exteriores surgem assim como algo de extrema importância na vida do cuidador. É importante que amigos e familiares não se foquem apenas no doente, mas também no cuidador – que tende a esquecer-se de si mesmo. Dentro das possibilidades de cada um, devem tentar “dar folgas” ao cuidador, trocando com ele por alguns dias ou horas para que este tenha tempo para si e também se possa cuidar, passear e estar longe das suas rotinas.

Devem fomentar ao cuidador a ideia de que o facto de também tratar de si mesmo e de se divertir não significa que esteja a descurar a pessoa que cuidam ou que isso a faça sofrer. Pelo contrário, quanto mais o cuidador tiver tempo para si mesmo, mais se sentirá bem e com forças para continuar a sua nobre tarefa de cuidar.

Os comentários, sugestões e críticas ao cuidador podem ter um forte impacto, visto que a vida do cuidador está muito focada nisso. Por isso, demasiadas observações e sugestões, principalmente sem conhecimento de causa e de senso-comum não são enriquecedoras para a aprendizagem do cuidador e poderão eventualmente acrescentar ainda, culpas e pesos de consciência, completamente desnecessários e destrutivos para o cuidador.

Em vez disso, podem elogiar a forma como a pessoa trata o doente, o carinho que lhe transmite e dizer-lhe que estão disponíveis para ela, oferecendo-se para fazer alguma tarefa que considerem ser capazes. Podem ainda, no caso do cuidador ter dúvidas, ajudar a pesquisar ou a encontrar profissionais para aconselhamento ou esclarecimento.

Cuidar não é de todo fácil e especialmente quando se trata de alguém que nos é querido. Por isso, os meus parabéns a todos cuidadores, mesmo àqueles que não sabem que o são.

Sara Beja

Pós-graduação em Gerontologia

sara.beja@hotmail.com

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