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30 ceboleiros de Alvorninha marcaram presença na Feira de Rio Maior

Marlene Sousa

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A Feira Nacional da Cebola decorreu mais uma vez em Rio Maior com quase todos os vendedores a serem de Alvorninha, freguesia das Caldas da Rainha. Há mais de 250 anos que Rio Maior acolhe anualmente a Frimor, que nesta edição decorreu entre 29 de agosto e 2 de setembro, tendo recebido a visita de cerca de 100 mil visitantes. Um certame que foi criado no século XVIII, tendo D. José instituído em 1760 a feira franca que ainda hoje se mantém e que, em outros tempos, chegou a realizar-se dispersa por vários pontos da cidade e que hoje se concentra na zona envolvente ao Pavilhão Multiusos. Ainda é com os ceboleiros caldenses da freguesia de Alvorninha que a feira se tem feito nos últimos anos, apesar da presença de alguns dos seus filhos. Este ano foram 32 os ceboleiros que marcaram presença, trinta oriundos da freguesia de Alvorninha, concelho de Caldas da Rainha e dois oriundos do concelho de Rio Maior, das localidades de Arrouquelas e São João da Ribeira. Nos cinco dias de festa, ainda que tenha havido muita produção de cebola, muitas toneladas foram vendidas, a maioria a 50 cêntimos ao quilo, naquela que é uma feira onde “continua a valer a pena marcar presença”, garantem os produtores.
Isaura Morais e Francisco Gomes da Silva visitaram ceboleiros

O JORNAL DAS CALDAS falou na passada sexta-feira, dia da inauguração da feira, com alguns dos ceboleiros caldenses que gostavam que no concelho das Caldas também houvesse uma feira onde também pudessem vender as suas cebolas. É o caso de Ramiro Santos Marques, de 80 anos, natural de Alvorninha, que vende neste certame desde os seus 18 anos. “Há alguns chegou-se a falar em fazer uma feira da cebola no mercado de Santana, mas depois não sei o que aconteceu, acabou por nunca se realizar”, disse, Ramiro Marques, que levou a esta edição da Frimor três mil quilos de cebola. Recorda que o ano passado foi para casa “sem uma cebola e este ano gostava que acontecesse a mesma coisa”. É por isso que acredita que “vale sempre a pena” voltar a este certame onde, além da cebola, tinha alhos para vender.

Para a sua participação nesta esta feira passou horas a encabar as cebolas, um ritual antigo que consiste em fazer tranças depois das cebolas estarem secas e limpas. “Há muita gente que prefere comprar as cebolas assim porque podem-nas pendurar”, apontou.

Segundo este agricultor, a produção da cebola foi boa este ano. Lamenta é o preço de venda ser “baixo”.

José Francisco de Ferreira, de 79 anos, participa no evento desde os 18 anos. Acompanhado pela sua filha,Paula Prisco, o ceboleiro contava mais uma vez vender toda a cebola que carregava diariamente para a feira, no total de 3500 quilos, tal como tem acontecido em todos os anos. O produtor revelou que teve uma produção a rondar as 25 toneladas. A sua filha, que desde criança acompanha o pai a este certame, referiu que apesar de ter um comprador francês que lhe possibilita o escoamento do produto lamenta que “este ano tenha sido obrigado a baixar os preços” por forma a garantir a venda da produção. “A produção foi boa mas o preço está baixo”, revelou.

José dos Anjos, 61 anos, também de Alvorninha, é um dos ceboleiros mais recentes da Frimor. É a quinta vez que vende neste na feira riomaiorense. “Há uns anos dedicava-me à agricultura só ao fim de semana, agora é que estou na produção a tempo inteiro”, revelou.

Ao contrário dos outros ceboleiros mostrou-se mais pessimista em vender os dois mil quilos de cebola que levou para feira, porque este ano houve muita cebola. “Quando há fartura sobra muita coisa”, sublinhou.

Também gostava que a autarquia das Caldas organizasse uma feira nacional da cebola, nem que fosse “no mercado de Santana”.

Geração mais velha mantém feira

Joaquim Jesus Ferreira, de 80 anos, igualmente de Alvorninha, que participa no evento há cerca de 60 anos, mostra-se satisfeito com mais uma participação no evento e espera vender toda a cebola. “Costumo sempre vender cerca de quatro mil quilos de cebola nesta feira. Isto é divertido, porque é uma tradição que nós temos”, contou.

Para a edição deste ano passou horas a encabar as cebolas porque ainda há muitas pessoas que preferem comprar assim.

No seu entender, quando a geração de agricultores mais velhos de Alvorninha deixar de poder deslocar-se para a feira, “já não haverá produto para vender”, alegando que a maioria dos filhos dos ceboleiros mais antigos tem outros empregos e não tem tempo para participar.

Também é da opinião que as Caldas deveria promover um certame deste género, “até porque somos todos de Alvorninha, fazia todo o sentido”.

Mas nem só de ceboleiros se fez esta edição da Frimor. Na edição 2014, houve exposição e espetáculos equestres, restaurantes de carnes certificadas, as Tavernas Típicas dinamizadas por coletividades do concelho, provas de vinhos, Show Cooking, o Encontro Nacional de Colecionadores, a Feira de Artesanato Urbano em segunda mão, entre outras, para além de um vasto programa de animação.

Pela primeira vez decorreu uma mostra do que “de melhor se produz na indústria agroalimentar de Rio Maior”, com uma área de exposição dedicada aos produtores de vinhos, azeites, sal, mel, queijo, pão e produtos hortícolas.

Inauguração com secretário de Estado

A Feira Nacional da Cebola contou este ano com a visita do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva, que presidiu à inauguração do certame.

Francisco Gomes da Silva salientou que “é preciso valorizar aquilo que é produzido em Portugal e a atividade do agricultor”, acrescentando que a agricultura é um setor fundamental para o desenvolvimento do país.

Destacou a Feira Nacional da Cebola como “uma montra de Rio Maior que está aos olhos do país”, destacando o setor agroalimentar, que pretende promover “a realidade do concelho ao nível das atividades económicas”.

Isaura Morais, presidente da Câmara de Rio Maior, continua a apostar neste eventi por causa da história que suscita, uma vez que é “o mais antigo certame do nosso concelho”. Na cerimónia de inauguração destacou a presença dos 32 ceboleiros da região – “mais a oeste” e os “30 stands onde estão representadas instituições de toda a região, cerca de 70 stands que se dedicam à doçaria e à divulgação de diversas atividades económicas do concelho e, numa novidade este ano, cerca de 40 expositores ligados à área agroalimentar que nos vão mostrar que Rio Maior é um concelho cujo futuro passa também pela aposta clara nesta fileira”.

A autarca revelou que quer afirmar Rio Maior como “polo industrial e logístico da região e trabalhamos para que cada vez mais empresas escolham o nosso Parque de Negócios para instalarem as suas unidades industriais”.

Além do desenvolvimento assente no desporto, Isaura Morais afirmou que há outras áreas em Rio Maior que devem afirmar-se no contexto da região, começando pelo turismo, porque “temos toda uma zona de parque natural das Serras de Aire e Candeeiros apropriada para o turismo de natureza e para a descoberta das nossas tradições serranas, em paralelo com as nossas conhecidas salinas de interior, únicas no país e um conjunto de monumentos diversos, como a nossa Vila Romana, capazes de atraírem visitantes à nossa comunidade”.

Marlene Sousa

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