Muita diversão mais do que competição. Este o espírito da corrida de burros que há mais de 45 anos se realiza em Ferrel. Na tarde do passado sábado, no âmbito da festa em honra de Nossa Senhora da Guia, padroeira da localidade, o largo em redor da capela foi transformado em burródromo, com muita assistência.
Os participantes, entre homens e mulheres, deram espetáculo. Uma autêntica aventura para alguns concorrentes, que tinham de dar várias voltas.
“Não caí, eu gosto de muito de cavalos e é parecido, embora os burros sejam mais teimosos”, contava Ana Luísa.
“Quando vi a primeira manga fiquei preocupada, porque os burros estavam muito agressivos, mas depois correu muito bem. É superdivertido”, confessou Cláudia Dias.
A performance desajeitada de Diogo Pinto teve uma justificação. “O burro estava um pouco em baixo de forma”, manifestou.
O truque de uma boa montada era explicado por Valter Ferreira: “É o equilíbrio, quando o burro começa a acelerar temos de arranjar um ponto de equilíbrio”.
Levar claque também ajudou, bem pode dizer Rui Martins, que ficou em 2º lugar mas contou que grande apoio.
O vencedor foi António Jorge, mas não teve tarefa fácil. “Foram oito meses de treino, vinte e tal quedas e um coice, mas o que interessa é que ganhei”, exclamou.
Associada à corrida e à diversão está a intenção de valorizar um dos maiores recursos da freguesia de Ferrel, que para além da famosa praia do Baleal é conhecida como a terra dos burros. “Hoje em dia já não, mas há 40 anos era um animal essencial para as pessoas de Ferrel poderem sobreviver”, recordou Marco Figueira, da organização.
Mesmo com menos agricultores e mais tratores do que burros, para o ano há mais corridas em Ferrel.
Francisco Gomes
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