“Em dezembro de 2013 ocorreu um aumento muito considerável de moscas na zona do Furadouro, onde existem diversas explorações agrícolas e uma prática intensiva em algumas propriedades, não sendo, por isso, a primeira vez que tal aconteceu, tendo em conta que são fenómenos recorrentes nas áreas rurais. Apesar das várias diligências feitas pelos serviços técnicos, não foi possível apurar, até à data, a origem exata do aumento do número de moscas. Contudo, a autarquia continua a tentar procurar possíveis focos, aproveitando esta oportunidade para apelar a todos para que cumpram as normas sanitárias recomendadas, para que se evitem novos fenómenos”, divulga a Câmara.
Foi ainda realizada uma alteração ao Código de Posturas do Município com novas regras para melhorar a gestão dos espalhamentos e depósitos de matérias orgânicas em terrenos agrícolas ou pecuários. Com esta alteração, o Município de Óbidos pretende “sensibilizar os agricultores para a melhoria das suas práticas e punir aqueles que não as cumprem”.
A Câmara considera que “não se pode imputar as responsabilidades a uma determinada entidade. Enquanto não estiverem determinadas as causas em concreto, consideramos leviano a pronúncia sobre um eventual vazio sanitário, ou a proibição do espalhamento de estrumes em terrenos agrícolas junto ao Complexo Escolar”.
A autarquia responde assim a um comunicado da Comissão Concelhia de Óbidos do PCP, estranhando que os comunistas “não se tenham dirigido à Câmara Municipal de Óbidos para obter esclarecimentos sobre este assunto, optando por vir publicamente criar alarmismo e até suspeitas sobre todas as explorações, não acautelando eventuais riscos de natureza económica e social”.
O comunicado do PCP de Óbidos aponta que “uma praga de moscas voltou a invadir o Complexo Escolar do Furadouro, depois de, já em dezembro passado, isto ter acontecido, sem que a Câmara Municipal tomasse sérias providências para resolver o problema, aproveitando o inverno e as férias escolares para fazer uma desinfestação. Nada foi feito, a primavera surgiu e nova praga aí está, com mais intensidade que a anterior”.
“Os vidros ficam com milhares de moscas, que depois circulam no interior do edifício: salas de aula (onde os alunos não se conseguem manter atentos por terem de estar permanentemente a enxotá-las, chegando alguns a fazerem concursos de “Apanhar Moscas”); no refeitório, onde as sopas e o 2º prato acabam por “ficar enriquecidos” com os insetos e consequentemente têm de ser devolvidos à cozinha, onde também aí são aos milhares…nas bancadas de inox, nos armários, no pavimento, etc…”, descreve o PCP, que responsabiliza a maioria PSD na Câmara “por ter construído a escola perto de um aviário, que provavelmente será a fonte dos insetos, e depois que não tome as providências necessárias para que se evite o aparecimento destas pragas”.
“Porque não tomou a Câmara o mesmo tipo de medidas que adotou para pôr cobro à praga de moscas na vila, determinando um vazio sanitário de junho a setembro passado? Será porque a vila está ali à vista de todos, visitantes nacionais e estrangeiros e aí era preciso atuar com eficácia, não fora a “imagem de marca” ir por água abaixo?”, questionam os comunistas.
Francisco Gomes
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