O evento já tinha merecido críticas por parte de quem acha que vão ser provocados estragos num espaço verde com exemplares centenários, apesar da organização assegurar a sua preservação.
Um grupo desconhecido resolveu destruir algumas infraestruturas que estão a ser montadas, na madrugada da passada quarta-feira. Boxes dos cavalos foram vandalizadas e carimbadas com uma inscrição em defesa dos animais.
O grupo deixou a inscrição “animal liberation” (libertação animal) em algumas infraestruturas do evento. Quanto aos cartazes de protesto espalhados pela cidade, acabaram por desaparecer, desconhecendo-se quem os retirou. Apenas restou um, colado numa estátua no Largo dr. José Barbosa, com dizeres menos polémicos mas ainda assim com uma mensagem elucidativa: “Festival do Cavalo Lusitano do Oeste – Não te queremos cá”. No dia seguinte, o JORNAL DAS CALDAS encontrou outros dois panfletos colocado na parede de um estabelecimento na Rua Heróis da Grande Guerra e num placard junto à União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, e que diziam “Largadas de toiros voltam às Caldas da Rainha – pela destruição do parque. Vai apoiar este evento?”. Não foram encontrados os cartazes com incitação à violência denunciados pela Câmara e organização do festival.
Jorge Sobral, da Associação de Criadores do Cavalo Lusitano do Oeste, entidade organizadora do festival, divulgou que “através de um panfleto clandestino que foi lançado na cidade, um grupo de pessoas veio estragar, de uma forma cobarde, erário da Câmara, porque as boxes são propriedade municipal”. “Apelamos a que as pessoas que queiram manifestar o seu desacordo o façam de outras formas, sem entrar por este caminho. O certame que está a ser preparado vai colocar Caldas da Rainha no galarim dos acontecimentos nacionais de grande importância e quando se faz um esforço destes e aparece um grupo diminuto a destruir, saímos todos a perder. Mais do que o prejuízo do ponto de vista económico, é o prejuízo moral ao calor e entusiasmo desta iniciativa, em que a envolvência das entidades do concelho é enorme mas vai ser uma grande feira”, manifestou.
A Câmara comunga da indignação da organização do evento e apresentou queixa à polícia, esperando que os autores do ato de vandalismo sejam descobertos, tendo solicitado à PSP o reforço da vigilância no Parque.
A autarquia espera que não seja criada uma espiral de violência contra um festival que vai atrair milhares de pessoas à cidade.
Hugo Oliveira, vice-presidente da Câmara das Caldas da Rainha, disse que “quando nos apercebemos que haviam alguns panfletos a serem afixados na cidade a incitar à violência para virem partir o que estava a ser feito aqui, deixou-nos apreensivos, e tratou-se de uma manifestação anónima dizendo que ‘vejam lá não sejam apanhados’, numa intenção clara e de incitar à violência”.
“Todos temos direito à opinião, mas não devemos ter atos de vandalismo”, sustentou o autarca.
0 Comentários