O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) tinha dado o prazo até ao final do mês de abril à administração do CHO para pôr em prática na unidade das Caldas da Rainha três medidas para acabar com “doentes internados lado a lado em macas sem qualquer tipo de condições de higiene, conforto ou segurança, sujeitos a colocar em causa os cuidados prestados pelos profissionais de saúde”.
“Nestas condições de trabalho, as possibilidades de erro e de troca de medicação são maiores e tudo o que possa acontecer é da responsabilidade da administração, devido ao risco acrescido pelas condições de trabalho”, afirmou no início de abril, em conferência de imprensa, Guadalupe Simões, da direção do SEP.
A disponibilização de trinta camas de internamento de doentes urgentes no hospital de Peniche para diminuir o número de macas nos corredores da urgência das Caldas da Rainha, a transferência dos doentes internados na urgência para camas de outros serviços em que haja vaga e a contratação de mais enfermeiros para aumentar a capacidade de resposta do hospital, eram as medidas exigidas.
A vigília iria servir “para dar a conhecer aos cidadãos que o CA deste hospital, numa atitude economicista, havendo condições para internar as pessoas com segurança, só não o faz porque não quer gastar dinheiro”, frisou Guadalupe Simões.
Na semana passada, foi comunicado que “a administração continua a não reunir com o SEP”. O sindicato considerou também importante que a Ordem dos Enfermeiros (OE) “esclareça os seus membros, a população e o SEP do conteúdo do relatório onde desresponsabiliza o CA do CHO” e onde refere que a unidade das Caldas da Rainha do CHO tem “uma dotação adequada de enfermeiros para os postos de trabalho identificados”.
O SEP estranha que a OE “tenha concluído que as soluções estão fora do alcance do CA do CHO”. “Ou estará a OE, com esta afirmação, a branquear a responsabilidade do CA nesta matéria?”, interroga.
Sobre o relatório elaborado pela OE, o SEP manifesta que, “apesar de na generalidade, o levantamento das questões estar de acordo com os problemas com que os enfermeiros e os doentes estão confrontados, não pode deixar de estranhar que a OE só valorize a questão das dotações, esquecendo as condições físicas do serviço, inadequadas para o elevado número de doentes e, principalmente, para uma permanência média de 4 dias que tem vindo a aumentar”.
Apesar de tudo, os enfermeiros da urgência do hospital das Caldas decidiram adiar a vigília agendada para o dia 1 de maio.
Francisco Gomes
0 Comentários