“Situações de faltas de material, nomeadamente luvas, fraldas, seringas, batas para banhos, almofadas, água, etc, têm sido recorrentes. Este não é um relato alarmista, é real e vivido, colocando em causa os cuidados de saúde prestados e consequentemente a saúde e a vida dos próprios doentes, bem como a saúde dos profissionais”, sublinha.
Segundo do deputado, a degradação dos cuidados de saúde “torna-se insustentável, pela falta de capacidade física do Hospital, para dar resposta às solicitações. Este défice espacial é nítido, quer na área das urgências, quer no internamento, obrigando os corredores de acesso a funcionarem como áreas fundamentais de permanência de doentes. Esta situação impede os profissionais de desenvolverem a sua atividade de forma eficaz e competente, colocando mais uma vez em risco os cuidados prestados, bem como a saúde de doentes e dos próprios profissionais”.
Manuel Isaac aponta que “doentes permanecem durante vários dias internados nos corredores”, que “a aglomeração de macas em várias filas e em massa impede a normal circulação e aproximação de quem pretende socorrer os mais afastados, obrigando a permanentes movimentações das mesmas”, que “na zona das urgências, ambulâncias aguardam regularmente durante horas que lhes sejam devolvidas as macas, retidas por falta de solução para remoção do doente transportado, impedindo-as de prosseguirem o seu trabalho” e que “áreas normalmente utilizadas e necessárias para atendimento (consultas), estão ocupadas com doentes em observação, com situações de dois e três em cada espaço”.
De acordo com o deputado, “esta ocupação implica a falta de locais e condições de atendimento por parte dos médicos e enfermeiros aos utentes, chegando a realizar as consultas nos próprios corredores ou, em alternativa, no interior dos locais, onde se encontram os doentes acamados”.
“Estamos perante uma situação de evidente estrangulamento, provocador do caos generalizado. Esta situação já levou à recente apresentação da demissão do diretor do Serviço de Urgência do Hospital, invocando precisamente a falta de condições para o exercício das funções que lhe estão confiadas”, refere.
“As repetidas queixas de utentes e sistemáticas notícias, por péssimas razões, em jornais locais e nacionais sobre o hospital de Caldas da Rainha” originam, de acordo com Manuel Isaac, “uma situação de verdadeiro alarme social, com as populações em dúvida permanente, relativa aos cuidados de saúde dos que por necessidade têm que recorrer ao Hospital”.
Quais as medidas que o Ministério da Saúde vai levar a efeito no sentido de resolver esta situação no imediato, no futuro próximo e de forma definitiva, são algumas das questões apresentadas pelo deputado na Assembleia da República.
Francisco Gomes
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