Esta iniciativa, patrocinada pela Fundação Millennium Bcp, contou com o envolvimento e empenho de equipas dos Museus do Centro – Museu José Malhoa e Museu da Cerâmica (Caldas da Rainha), Museu Dr. Joaquim Manso (Nazaré), Museu de Aveiro – e da DRCC, com a colaboração de Carlos Michaëlis de Vasconcelos e o apoio do Centro de Artes/ Câmara Municipal das Caldas da Rainha.
Poderá, assim, ser apreciada na época propícia da Semana Santa e da Páscoa, em horário alargado de verão, mantendo-se o Museu aberto para acolhimento do público também no Domingo de Páscoa, esperando-se que as famílias possam acorrer ao Museu, apreciar esta criação única de Bordalo, desfrutar da pintura de Malhoa e da arte do Naturalismo português.
Criada entre 1887 e 1899, por encomenda do Estado, esta obra de Bordalo tinha como destino as capelas do Mata do Buçaco. Nunca tendo sido concluída, por vicissitudes várias da época, permaneceu nas Caldas da Rainha, podendo hoje apreciar-se no Museu José Malhoa.
A nova encenação de que a coleção foi agora objeto valoriza as nove cenas escultóricas que narram a Paixão de Cristo, desde Jesus no Horto até ao Caminho do Calvário, passando pelos episódios da Traição de Judas e da Passagem do Cedron, de Jesus em Casa de Anás e em Casa de Caifás, de Jesus perante Pilatos, e em Casa de Herodes e de Pilatos Lavando as Mãos.
Modeladas no barro pelo génio de Bordalo Pinheiro e na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, as cerca de 60 figuras à escala humana, não só ilustram as passagens das escrituras de uma forma poderosa, como revelam uma realidade histórica e antropológica tratada pelo artista com seriedade.
Cada personagem mostra uma marcada expressividade e individualidade, uma força anímica que lhe transmite vida e humanidade.
A encenação agora inaugurada dispõe as cenas numa galeria semicircular, na sequência que o autor delineou, conduzindo o visitante ao longo da narrativa e situando esta obra na sua época e na coleção do Museu, a par de Malhoa e do “Grupo do Leão” (1881-1889), a que ambos pertenceram.
Completa a nova museografia a passagem do filme “Paixão segundo Raphael”, realizado nos anos 80 com estas figuras de Bordalo, por Carlos Michaëlis de Vasconcelos.
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