De acordo com a bióloga, trata-se de “um escaravelho carabídeo desprovido de asas e de olhos viáveis” que desenvolveu características de “adaptação à vida sem luz e às condições inóspitas” da gruta mais profunda do mundo e que tem uma profundidade de 2197 metros abaixo do nível do solo.
O inseto, com “cerca de sete milímetros de comprimento, despigmentado e que apresenta um alargamento das antenas” para compensar a falta de visão, tem o nome científico de Duvalius abyssimus, numa “alusão ao maior abismo da terra, onde foi encontrado”, disse à agência Lusa Ana Sofia Reboleira.
“É a única caverna do mundo que ultrapassa os dois quilómetros de profundidade, sendo considerada a última fronteira da exploração biológica na terra e apelidada por alguns como o 7.º continente”, frisou a bióloga.
Nas grutas onde a temperatura ambiente “é inferior a 5º C” a prospeção biológica exige, segundo Sofia Reboleira, “uma grande preparação técnica e física e uma grande resistência psicológica”, sendo necessário permanecer “vários dias no interior da Terra” para onde “todo o equipamento é transportado pelos expedicionários ao longo dos seus mais de dois quilómetros de profundidade”.
A nova espécie de inseto foi recolhida durante os trabalhos bioespeleológicos coordenados pela bióloga (da Universidade de Aveiro) e pelo seu colega espanhol Alberto Sendra (do Museu Valenciano de História Natural).
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