O Teatro da Rainha é um coletivo de competências diversas que integra neste momento dez pessoas. Contudo, em cada peça, há uma alteração desse número. “Empurrados pela política de austeridade e pelos cortes cegos, somos muito menos do que já fomos” lamentou o ator e encenador Fernando Mora Ramos.
Desde 1987, data da sua origem, passaram pelo Teatro da Rainha mais de duas centenas de profissionais. Durante 26 anos, a companhia realizou longos períodos de estadia e fez residências em Moçambique, Lisboa, Porto, Coimbra e em Évora, como fez digressões nos Estados Unidos, em Espanha e na Roménia (participou no Festival da União dos Teatros da Europa). Em Évora ajudou a criar o CENDREV – Centro Dramático de Évora e trabalhou mais de dez anos.
O grande objetivo do Teatro da Rainha é transformar-se numa companhia/escola. “Pretendemos também viciar as pessoas em teatro e em cultura”, mencionou o ator.
O novo edifício do Teatro da Rainha, cujo projeto é designado de “caixa preta”, desenvolvido pelo arquiteto Nuno Ribeiro Lopes, está finalizado e vai ser adquirido pela autarquia. Concorrerá aos fundos europeus logo que as regras do próximo quadro comunitário sejam publicamente anunciadas.
“Sentimos necessidade deste projeto pois após quase trinta anos de condições precárias desejamos uma arquitetura que é exatamente aquela que se adequa à nossa experiência teatral e que não existe no país. O espaço será uma espécie de laboratório, mas aberto aos espectadores. É como se estivéssemos uns e outros no mesmo palco, e os espectadores estivessem numa colocação espacial privilegiada para ficcionarem o que ouvem e veem” explicou Fernando Mora Ramos.
Fernando Mora Ramos aproveitou a comemoração do Dia Mundial do Teatro para lançar o livro “O estado do teatro”. Realizou-se neste mesmo dia um concerto com base em canções de Brecht e música de Kurt Weill, com a colaboração do pianista Manuel Alves, de José Carlos Faria, de Carlos Borges e de José Gaspar.
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