O membro do Governo apontou que uma das razões da crise em que nos encontramos hoje “foi o modelo insustentável em que nós apostámos, sobretudo de raiz urbana”. “No litoral já temos cerca de 70% da população e em Lisboa e no Porto juntas temos a viver cerca de 40% da população do país. Temos neste momento cerca de 1,8 milhões de habitações a mais. São fenómenos que não são sustentáveis”, referiu o governante, lembrando a informação que saiu na comunicação social que cerca de sete milhões de pessoas no mundo morreram em 2012 por exposição à poluição do ar.
Defendeu o desenvolvimento sustentável e informou que o governo está empenhado em aproveitar este quadro comunitário para promover políticas ambientais, que envolvam a promoção da economia verde, a eco inovação e uma nova politica para as cidades.
Paulo Lemos sublinhou que “uma cidade que seja sustentável, que aposte nos seus próprios recursos, resiste mais a uma situação de crise”. Apontou a evolução positiva da situação portuguesa em diversos setores do ambiente nos últimos 35 anos, como por exemplo, na reciclagem, que levou ao encerramento de mais de 340 lixeiras. Ao nível da eficiência na utilização dos recursos, disse que tem de haver uma maior aposta na chamada “economia circular”, ou seja, na reutilização e reciclagem. Deu o bom exemplo da Pneugreen que faz o retorno do pneu. “O trabalho que está a ser feito à volta dos pneus é muito importante, porque está-se a fazer o retorno desses recursos para a própria economia e há aqui muita imaginação, muita investigação e muito trabalho feito”, fez notar.
O secretário de Estado destacou ainda o trabalho do ValorPneu, que na reciclagem e reutilização de pneus em Portugal está muito à frente da média comunitária.
No entanto, revelou que 54% dos resíduos continuam a ir diretamente para o aterro, o que para o membro do Governo “é muito”. O secretário de Estado destacou ainda os “objetivos ambiciosos” do PERSU (Plano Estratégico para os Resíduos Sólidos Urbanos) onde consta também o “fim dos aterros até 2030”.
Caldas vai ter “Ilhas fitness”
O presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, que esteve presente neste seminário, afirmou que ”a responsabilidade social das autarquias exige hoje, mais do que nunca, uma aposta na área ambiental”, pelo que é uma obrigação “o ordenamento do território, a defesa e a proteção dos recursos naturais”.
Tinta Ferreira destacou o trabalho da Pneugreen, instalada na zona industrial de Óbidos, lembrando que foi a empresa Pneugreen quem forneceu o pavimento para o parque infantil na Avenida da Independência Nacional. Para este pavimento foram reciclados 3500 pneus para cerca de 550 metros quadrados de parque.
O autarca revelou ainda que para a concretização deste seminário no CCC das Caldas, a Câmara fez uma parceria com a Pneugreen, que à troca da cedência do auditório, ofereceu o pavimento para o futuro parque geriátrico na cidade das Caldas. “Falta definir o espaço mas brevemente teremos na cidade “ilhas fitness” viradas para o exercício sénior. É mais um espaço onde o piso é disponibilizado pela Pneugreen e os equipamentos adquiridos pelo Município”, explicou o autarca.
Segundo Joana Tavares, uma das responsáveis pela Pneugreen, o objetivo da iniciativa é “conseguirmos que o nosso público-alvo que são as Autarquias, sobretudo arquitetos, projetistas, sintam a necessidade de incorporar nos cadernos de encargos elaborados na Câmara produtos de origem portuguesa e reciclada”.
Esta empresa dedica-se ao fabrico de soluções em borracha reciclada com o objetivo de incorporar em produtos de utilidade o máximo de granulado proveniente do pneu em fim de vida. “Temos um ecoponto de recolha de pneus, depois são remetidos para uma entidade recicladora que é a Biogoma e posteriormente a Pneugreen Pavimentos transforma esse granulado em produtos de utilidade”, explicou, revelando que a atividade principal é o fabrico de pavimentos.
De acordo com esta responsável, “o objetivo da Pneugreen é em 2015 ser autossustentável do ponto de vista de receção de pneus e transformação desse granulado em produtos de utilidade”.
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