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“Dia Paralímpico” na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro

Marlene Sousa

EXCLUSIVO

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A Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro (ESRBP), nas Caldas da Rainha, acolheu a 26 de março o “Dia Paralímpico na Escola”, uma iniciativa promovida pelo Comité Paralímpico de Portugal (CPP) e que contou com a parceria da Câmara Municipal das Caldas da Rainha.
António Veiga, Alberto Pereira, Tinta Ferreira e Humberto Santos

Houve um grande envolvimento dos alunos dos vários agrupamentos de escolas do concelho que participaram nas várias modalidades paralímpicas, e todos – estudantes e organizadores – concordaram que o caminho para uma sociedade “para todos” começa na Escola.

Os alunos tiveram a oportunidade de experimentar várias modalidades paralímpicas. Judo, goalball, boccia, voleibol sentado, basquetebol em cadeira de rodas e atletismo foram algumas das modalidades praticadas pelos estudantes.

Para muitos foi o primeiro contacto com estas modalidades. “Os alunos foram bastante empenhados na sua participação, adoraram a experiência e, mais importante, ficaram, mais sensibilizados para as especificidades e características de cada um dos desportos que experimentaram”, disse António Veiga, diretor da ESRBP, que gostou de receber o evento no seu estabelecimento de ensino.

Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS, Guadalupe Pereira, 18 anos, aluna que jogou basquetebol em cadeira de rodas, gostou de experimentar a modalidade paralímpica e considerou a iniciativa muito importante porque “nunca sabemos o que nos pode acontecer”.

Filipe Correia, da Escola Técnica e Empresarial do Oeste (ETEO), que praticou goalball, uma modalidade concebida de raiz para pessoas com deficiência visual, também gostou da experiência. “As pessoas com deficiência que praticam estes desportos paralímpicos devem ser um exemplo para os alunos que não praticam qualquer desporto”, disse.

Humberto Santos, presidente do CPP, explicou que “dinamizar e desenvolver atividades que coloquem os participantes em contacto com a realidade paralímpica e promovendo a inclusão através do desporto, é o objetivo desta iniciativa que está essencialmente vocacionada para o universo escolar que vai passando por diferentes escolas do país ao longo por cada período letivo”.

O presidente do CPP fez um balanço positivo da iniciativa, salientando o “entusiasmo” dos alunos enquanto experimentavam as várias modalidades. Mas também a surpresa com o nível de desafios que as pessoas com deficiência enfrentam a vários níveis. “O jogo de basquetebol em cadeira de rodas é mais difícil. Fazer a dupla coordenação de manejar a cadeira de rodas e a bola, mais a diferença de altura, é de facto um momento distintivo”, afirmou.

“Aquilo que o CPP pretende com estas iniciativas é sensibilizar os jovens que irão ser os homens de amanhã, que terão as organizações do País nas suas mãos, para que tenham mais sensibilidade para a pessoa com deficiência”, adiantou este responsável.

Segundo Humberto Santos, “o desporto pode ser o melhor instrumento de sensibilização e consciencialização para uma cultura de igualdade e diversidade, em que todos somos, de facto, diferentes, mas que para todos deve haver um espaço”.

O presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Tinta Ferreira, e o vereador do Desporto e Educação, Alberto Pereira, estiveram a assistir às atividades.

“Através da prática desportiva, os jovens têm contacto com a realidade das pessoas que têm alguns handicaps e isso contribui para o conhecimento que têm do mundo que os envolve”, disse Tinta Ferreira, acrescentando que “quando forem os profissionais do futuro, nas mais diversas áreas, para além da riqueza e do conhecimento que lhes é transmitida nas escolas, têm também interiorizado que existe um conjunto de aspetos que devem ter em conta quando desenvolvem uma determinada atividade e passa por criar condições para uma sociedade efetivamente inclusiva”.

Manuel Sousa, de 60 anos, paraplégico desde os 20, é vice-presidente da Associação Portuguesa de Deficientes (APO), delegação distrital de Leiria. Foi um dos participantes convidados neste evento. “Antigamente uma pessoa que ficasse de cadeira de rodas ficava confinada a casa e nunca mais dali saía e hoje não. Muitas das pessoas com dificuldades de mobilidade já são muito mais autónomas daí a necessidade cada vez mais de eliminar as barreiras arquitetónicas”, sublinhou.

Pratica karting e foi protagonista do primeiro salto de paraquedas realizado em Portugal por um paraplégico. “Chamaram-me maluco quando eu saltei”, contou, adiantando que “tinha esse sonho e para mostrar aos outros deficientes e à sociedade em geral que os deficientes não são os “coitadinhos” que muita gente pensa”.

“Ainda há muito trabalho a fazer ao nível da mentalidade das pessoas mas não há dúvida que as coisas estão a mudar”, adiantou, referindo que “é na escola que começa tudo e se os alunos estiverem em contacto com pessoas como nós, isso vai refletir-se mais tarde na sua vida adulta, nas suas atitudes e preocupações”.

Manuel Sousa tem colaborado com diversas Câmaras e entidades no levantamento dos pontos problemáticos e na implementação das soluções adequadas. “Os engenheiros, por muita boa vontade que tenham, há coisas que lhe escapam”, frisou. Questionado sobre as barreiras arquitetónicas nas Caldas, sustentou que “não tem grandes problemas”.

Para além do “Dia Paralímpico na Escola”, o CPP, em parceria com a Câmara Municipal das Caldas da Rainha e o Agrupamento de Escola Rafael Bordalo Pinheiro, organizou no dia 24 de março uma conversa-debate sobre o desporto paralímpico, em que esteve presente mais de uma centena de estudantes.

Da conversa entre alunos e elementos da mesa resultou um debate carregado de interesse, que demonstra a crescente consciencialização dos alunos e dos seus professores para a inclusão dos atletas com deficiência.

Realiza-se anualmente o “Dia do Desporto Paralímpico”, destinado à comunidade em geral e que este ano irá ter lugar na cidade de Évora.

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