Falando aos jornalistas no final da Comissão Parlamentar de Saúde, Paulo Macedo disse que esta informação constava das conclusões preliminares do relatório da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
A imprensa nacional revelou na semana passada que a IGAS já concluiu a investigação ao caso de João Brochado, que foi operado no hospital das Caldas da Rainha no dia 12 de fevereiro, para retirar uma prótese que tinha na vesícula. No segundo dia após a intervenção, o estado de saúde agravou-se e conforme a situação o exigia foi decidida a sua transferência para uma unidade de cuidados intensivos adequada para casos deste género.
Antes da transferência para o hospital de Abrantes, o doente viu o seu internamento recusado em três hospitais com cuidados intensivos.
Em Abrantes foi submetido a nova intervenção cirúrgica e submetido a coma induzido. Contudo, viria a falecer no dia 24 de fevereiro.
O relatório da IGAS, adiantou a RTP, recomendou a instauração de processos disciplinares à equipa responsável pela cirurgia no hospital das Caldas da Rainha, por ter sido concluído que existem indícios de terem sido aplicados tratamentos inadequados e insuficientes. Além disso, a cirurgia terá acontecido sem o consentimento informado, quer do doente, quer da família, referiu o canal televisivo.
O Correio da Manhã adiantou que houve negligência/desprezo nas horas subsequentes à operação nas Caldas da Rainha e que houve um atraso no diagnóstico do doente. De acordo com o matutino, a infeção não foi detetada de imediato, só 28 horas depois, sendo que o utente devia ter sido reintervencionado novamente. Por outro lado, a cirurgia foi programada e não de urgência, e, por isso, podiam ter sido evitados alguns dos problemas que se vieram a verificar logo a seguir.
O JORNAL DAS CALDAS apurou que três cirurgiões receberam notificações da IGAS. Embora o teor não tenha sido tornado público, deverá estar relacionado com a abertura de processos disciplinares. A administração do hospital das Caldas da Rainha, em comunicado emitido após a divulgação da conclusão da investigação da IGAS, informou que não tinha recebido, até aquela altura, o relatório final, manifestando-se “totalmente disponível para continuar a colaborar com a IGAS”, por entender ser sua “obrigação contribuir para um cabal esclarecimento da situação”.
João Brochado, natural de Lourenço Marques, Moçambique, vivia nas Caldas da Rainha e era designer na empresa Castelhano & Ferreira SA, em Leiria. Apesar de sua idade, frequentava o 1º ano de Mestrado de Design Gráfico na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha.
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