Dirigentes e delegados sindicais concentraram-se hoje de manhã junto à entrada do hotel Marriot, na Praia D’El Rei, no concelho de Óbidos, e distribuíram aos hóspedes folhetos, em português e inglês, denunciando as “dificuldades que existem para fazer respeitar os direitos legais dos trabalhadores junto da administração” do Grupo Béltico, proprietário do empreendimento.
Em causa está, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro, António Baião, o facto de a administração ter “interrompido as negociações” com vista a resolver o que considera ser “o incumprimento da lei em vigor e do contrato coletivo de trabalho”, disse à agência Lusa.
Os trabalhadores reivindicam o aumento dos salários que dizem não ser atualizados desde 2010, o respeito pelo direito adquirido de alojamento para funcionários deslocados, alargamento da antecedência com que são afixados os horários de trabalho e o alargamento das épocas em que podem gozar as férias.
No que respeita aos horários, “são afixados ao sábado e ao domingo para serem aplicados na semana seguinte e quanto às férias “só são permitidas em janeiro, fevereiro, março e novembro”, explica o folheto distribuído aos hóspedes, numa tentativa de os esclarecer sobre a situação laboral daqueles por quem “são diariamente servidos”, sublinhou António Baião.
A Pousada do Castelo, na vila de Óbidos, foi outras das unidades escolhidas, desta vez para exigir a melhoria das condições de vida e dos salários dos trabalhadores das Pousadas de Portugal, do Grupo Pestana Pousadas.
Nos folhetos distribuídos aos hóspedes, o sindicato denuncia que “a maioria dos trabalhadores das Pousadas de Portugal há cinco anos que não são aumentados”, o que a juntar à subida da inflação, ao aumento da carga fiscal (resultante da alteração dos escalões e da taxa adicional do IRS”, “representou uma diminuição salarial de 8,3%”.
Com base em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que apontam 2013 como “o melhor ano turístico de sempre” e as Pousadas de Portugal como “as unidades hoteleiras que mais subiram”, o sindicato exige “aumentos salariais de 3% e, no mínimo, 30 euros para todos os trabalhadores, com efeitos a 1 de janeiro de 2014”.
Durante a tarde, os dirigentes sindicais concentraram-se junto ao Hotel Sana Silver Coast, nas Caldas da Rainha, onde, segundo António Baião, “a administração impediu a realização de um plenário com os trabalhadores para lhes dar a conhecer os seus direitos, alegando não haver ali delegados sindicais”.
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