Para procurar o caminho para este trabalho, definiram para este primeiro ano “cultivar a ética do suficiente”. Mas logo aqui começaram por encontrar grandes dificuldades, pois com o que para uns é considerado suficiente, para outros é opulento e para outros até desumano. É aqui que entra o que é sugerido pelo Evangelho e proclamado pela Doutrina Social da Igreja, “em contraste com as desigualdades e injustiças, usemos a justiça de Deus e a fraternidade”. As várias e sucessivas orientações da igreja desde a Encíclica Rerum Novarum à Gaudium et Spes nº69: “Deus destinou à terra com tudo o que ela contém para uso de todos os homens e povos, de modo que os bens criados devem chegar equitativamente as mãos de todos, segundo a justiça e a caridade”.
A ética do suficiente exige que “em contraste com o dinheiro fácil, usemos a dignidade e a honestidade, em contraste com o consumismo, vivamos sob a égide da sobriedade, em contraste com o egoísmo, pratiquemos a cooperação e abracemos o bem comum, que contraste com as desigualdades e as injustiças, usemos a justiça de Deus e a fraternidade”.
O Papa Paulo VI na Populorum Progressio diz: “Herdeiros das gerações passadas e beneficiários do trabalho dos nossos contemporâneos, temos obrigações para com todos e não podemos desinteressar-nos dos que virão depois de nós”.
Tendo em conta estas questões é pedido aos diversos participantes nos grupos e a todos os que queiram participar nesta ideia, que identifiquem dois ou três atos dos seus hábitos de consumo, que não sendo essenciais e que ao serem eliminados, podem contribuir para cultivar a ética do suficiente e assim se poder começar agora um futuro com esperança.
Tudo isto pode implicar a adoção de novos estilos de vida mais adaptados à verdade, ao evangelho e à fraternidade no dia a dia. Tudo isto é um desafio a todos os cristãos a darem testemunho da sua fé em Cristo e de que é possível “construir agora um futuro com esperança”, apesar de parecer que isso é impossível.
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