Foi no Sana Silver Coast Hotel (antigo hotel Lisbonense) que a autora, acompanhada por Pedro Lino, administrador da DIF Broker, deram uma verdadeira lição sobre economia e como tratar do nosso dinheiro.
O livro utiliza uma linguagem simples de uma jornalista da TVI para ajudar os portugueses a perceberem como funciona a Economia. Não é um manual de instruções para investir mas ajuda a perceber o que são e como funcionam e os vários produtos de investimento, porque só estando informados os portugueses podem evitar o pânico das más decisões.
Isabel Loução Santos, que pela primeira vez apresentou o seu livro fora de Lisboa, começou por responder à razão que a levou a escrever a obra. “Foi uma espécie de atrevimento meu tentar entrar numa área muito técnica, complexa, mas com a missão de torná-la cada vez mais simples e percetível para todas as pessoas”. De maneira informal, explica na sua obra alguns conceitos económicos, como por exemplo como funcionam as bolsas, o mundo misterioso do dinheiro, o Banco Central Europeu, créditos e juros, entre outros.
Para Isabel Loução Santos, a “informação é o melhor investimento”, por isso aconselha a informar-se sempre que tomar uma decisão financeira. “Não acredite nos conselhos avulsos dos seus amigos que têm um amigo que investia desta ou daquela maneira, sublinhou.
Pedro Lino, um rosto conhecido pelo comentário da bolsa em vários órgãos de comunicação social, tem no livro um papel central porque aponta “as melhores estratégias de investimento, enumera os cuidados a ter e analisa os produtos disponíveis no mercado”, com o aviso de que “nem tudo o que brilha é ouro”.
“Os mercados financeiros constituem um risco que as pessoas têm de saber avaliar e nem toda a gente está preparada para investir em ações, e obrigações”, apontou o corretor, adiantando que “tudo o que é possível ser comprado e vendido tem um risco, hoje pode ser muito atrativo mas amanhã podemos não ter mercado ou ninguém que compre as nossas casas ou terrenos”. Deu o exemplo de um investimento ruinoso em ouro que muitas pessoas fizeram no último ano e meio.
O administrador da DIF Broker explicou que economia tem a ver com as nossas “preferências, utilidades e decisões”. Por exemplo, quando “decidimos se queremos uma casa ou arrendar uma casa, isso é em si uma decisão económica”, referiu este responsável, acrescentando que “a nossa utilidade está sempre em primeiro lugar e todas estas escolhas são a economia”. Segundo Pedro Lino, a economia “é tudo menos uma ciência exata, até porque as previsões dos economistas, bancários nunca não batem certas, porque o comportamento das pessoas é irracional”.
A obra trata ainda das crises portuguesas, da história democrática e dos programas de ajustamento que já existiram desde o 25 de abril.
As crises na Argentina, e porque são elucidativas do que pode acontecer se sairmos da zona euro, são igualmente abordadas neste livro.
No final da sua intervenção a jornalista leu o último capítulo da sua obra que diz: “Não é o tipo de livro para se ler de uma vez só: alguns poderão saltar alguns capítulos mais técnicos e passar para a explicação de certos fenómenos, por vezes considerados indecifráveis; outros poderão vê-lo como uma ferramenta de trabalho, um auxiliar nas decisões de investimento, ou até, no caso dos jornalistas, uma fonte de consulta para tirar dúvidas do dia a dia; outros ainda poderão encontrar aqui uma forma de perceber como se precaver de cenários mais adversos”.
A intervenção destes elementos suscitou um produtivo debate em torno dos números e cálculos. Longe de estarem adormecidos para este assunto, as pessoas presentes mostraram-se interessadas em discutir a crise, o dinheiro, o crédito, as dívidas, os swaps e a corrupção.
Perante as incertezas da crise, Isabel Loução Santos e Pedro Lino foram bombardeados com questões como: De onde vem o dinheiro? E se Portugal sair da zona euro? O que se pode esperar nos próximos tempos?.
Quanto a Portugal sair da zona euro, Pedro Lino diz que “seria um cenário catastrófico, semelhante ao da Grande Depressão, com filas à porta dos bancos. Haveria restrições aos levantamentos dos depósitos, nem o fundo de garantia dos depósitos serviria porque praticamente todos os bancos estariam falidos, dado que têm os seus empréstimos em euros”.
O chefe de redação do JORNAL DAS CALDAS, Francisco Gomes, que foi o moderador da sessão, quis saber a opinião de Isabel Loução Santos sobre as faturas com número de contribuinte que podem ser premiadas. Para a jornalista especializada em economia, o Governo está a passar a mensagem de “consumismo” com essa medida. “Há qualquer coisa que nos diz que não é moral. As pessoas estão a passar dificuldades e um prémio de uma viatura de alta cilindrada que nem sequer é fabricada em Portugal, julgo que passa uma mensagem errada de fenómeno do consumismo”, apontou a autora. No seu entender, o prémio deveria ser “transformado num benefício fiscal em menos de pagamento de imposto para poderem comprar coisas que realmente precisam”.
Esta sessão foi uma organização da Livraria Bertrand e do JORNAL DAS CALDAS com o apoio do Sana Silver Coast Hotel nas Caldas. A abertura foi efetuada pelo arquiteto António Salvador, administrador do Grupo Medioeste (que detém o JORNAL DAS CALDAS), que destacou as várias iniciativas que este órgão de comunicação social tem vindo a desenvolver, divulgando que é uma “intervenção na sociedade que queremos manter”.
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