Se a circulação for interrompida durante alguns minutos, o músculo cardíaco é destruído, levando à morte dessa zona do coração. A interrupção do fluxo sanguíneo é causada frequentemente pela formação de um coágulo (ou trombo) sanguíneo no interior de uma das artérias coronárias. Geralmente, a artéria já está parcialmente estreitada por ateroesclerose que não só diminui o fluxo de sangue, mas também faz com que as plaquetas se tornem mais aderentes e isso aumenta ainda mais a formação de coágulos.
Embora a idade acima dos 55 anos possa ser um fator de risco, especialmente nas mulheres na menopausa, existem um conjunto de fatores de risco controláveis que influenciam a ocorrência de um EAM, tais como o colesterol alto, a hipertensão arterial, o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo, a diabetes e o uso de drogas.
O sintoma mais importante e típico do enfarte é a dor précordial (ver características no esquema). Frequentemente essa dor é acompanhada por náuseas, vómitos, suores, palidez e sensação de morte iminente. A duração geralmente é superior a 20 minutos. Dor com as características típicas, mas com duração inferior a 20 minutos sugere angina de peito, onde ainda não ocorreu a morte do músculo cardíaco. Cerca de duas em cada três pessoas que têm enfarte referem ter tido angina de peito intermitente, falta de ar ou fadiga poucos dias antes. Os episódios de dor podem tornar-se mais frequentes, inclusive com um esforço físico cada vez menor. A angina pode acabar num EAM, muitas vezes servindo de sinal de alerta. Apesar destes sintomas, uma em cada cinco pessoas que sofrem um EAM até têm sintomas ligeiros ou mesmo nenhum. Pode acontecer que este EAM silencioso só seja detetado algum tempo depois, ao efetuar-se um eletrocardiograma (ECG) por qualquer outro motivo.
Um EAM é uma urgência médica. Quanto mais cedo for detetado, maior será a probabilidade de sobrevivência. Qualquer pessoa que tenha sintomas que sugiram um EAM deverá ligar rapidamente 112 e descrever os sintomas. Quanto mais rápida for a resposta, menos músculo cardíaco fica afetado implicando um melhor prognóstico.
O tratamento passa pela administração de fármacos que vão controlar a sintomatologia e destruir o coágulo que está a provocar a obstrução. Poderá ser necessária uma angioplastia, cirurgia que permite recuperar a artéria obstruída.
A reabilitação cardíaca é uma parte importante no pós-EAM. Salvo complicações, os doentes com EAM, melhoram progressivamente e podem, passados 2/3 dias, sentar-se, fazer exercícios passivos, caminhar até ao banho e fazer trabalhos leves. Nas 3 a 6 semanas seguintes, a pessoa deverá aumentar a atividade e se não se verificar falta de ar nem dor no peito, as atividades normais podem ser retomadas completamente.
Lembre-se sempre que apostar na prevenção é ganhar qualidade de vida!
Para sugestão de temas / esclarecimentos: miggim@sapo.pt
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