“Depois de termos conseguido a verba para as botas ortopédicas, agora precisa de umas talas tibiotársicas. Um passo de cada vez, para que o David possa vir a dar muitos passos no futuro”, explica Conceição Lourenço.
Na entrada estão expostas algumas telhas (9), pintura em acrílico. No 1º andar estão expostas cerca de 30 telas de pintura em acrílico, com temas variados que vão desde o Alentejo, passando pelas naturezas mortas, animais e inevitavelmente por Óbidos, onde reside.
A recolha de imagens, quer através de fotografias ou de outros dispositivos visuais, e a sua posterior mutação, principalmente através da cor, é o ponto de partida para o trabalho de pintura desenvolvido por Conceição Lourenço. É um trabalho que pretende ser apenas visual, onde o principal alvo é o desfrute da cor como intenção final, refletindo um lado mais intimista da artista, que utiliza a pintura como forma de terapia e como forma de se relacionar com a cor e o universo da visualidade/invisualidade.
No 2º piso estão patentes ao público trabalhos de desenho desenvolvidos na disciplina de desenho do curso de Artes Plásticas da ESAD.CR. Existem desenhos a grafite que retratam a intimidade familiar do David, desenhos em carvão vegetal cujo tema é a captação do som através da imagem, por isso os mesmos foram construidos com os olhos vendados, desenhos em ecoline que remetem para um mundo biológico e imaginário, e um trabalho de foto e video em que o tema principal é o David.
A obra plástica de Conceição Lourenço é, desta forma, construída a partir da documentalidade de situações quotidianas inerentes à própria condição física do seu filho, com tudo o que ela implica, remetendo também para uma reflexão visual sobre a mesma.
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