O governante destacou o impacto potencial deste equipamento “em Torres Vedras e na Região Oeste mas também em Lisboa, porque estar tão próximo da capital”. Sublinhou ainda o enquadramento internacional que esta unidade “não deixará de ter, podendo-se constituir como mais uma porta de entrada para a competitividade internacional que Portugal tem que ter em múltiplas áreas e aqui claramente deu um passo importante nesse sentido”.
O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde salientou a importância da iniciativa privada, elogiando a “família Ferreira, pelo projeto e espírito empreendedor”. Ciente das dificuldades do Serviço Nacional de Saúde, sublinhou que “estamos seguramente melhores hoje do que estávamos há uns anos atrás”. No entanto, disse que “as carências existem, nomeadamente em aspetos centrais como da prestação de cuidados de saúde familiar”.
O presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Miguel, presente na cerimónia de inauguração do CNS, mostrou-se feliz, “por este equipamento novo e por aquilo que este concelho tem em termos de infraestruturas de saúde”. “No próximo mês de maio farei dez anos que estou à frente da Câmara Municipal e este é o terceiro cliente privado de saúde de referência que temos o privilégio não só de inaugurar mas também de usufruir”, disse o autarca, acrescentando que Torres Vedras é uma referência em “equipamentos na área da saúde”. “Muito poucas capitais de distrito tem a oferta que nós temos”, adiantou Carlos Miguel, que pretende criar em Torres Vedras a marca de Turismo de Saúde, “um desafio de futuro para qual o concelho tem referências únicas para poder desenvolver”.
Contudo, salientou a sua preocupação com aquilo que são as carências de “equipamentos públicos a nível local e regional”. “Sou um presidente de Câmara preocupado com os cerca de dez mil cidadãos que não têm médico de família, com as carências de camas em cuidados continuados e de cuidados intermédios”, apontou o autarca, acrescentando que é preciso “equilíbrio entre o público e o privado porque só assim se pode crescer saudavelmente”.
Clinica média e unidade residencial
O novo Campus Neurológico Sénior (CNS) foi inaugurado, com a bênção do Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente. Esta unidade de saúde vocacionada para utentes com doenças neurodegenerativas e outras doenças neurológicas, resulta de um investimento privado e familiar de 20 milhões de euros e criou 70 postos de trabalho diretos.
O Campus Neurológico Sénior está localizado em Torres Vedras, numa área com dezassete mil metros quadrados. Composto por dois edifícios e quatro unidades funcionais complementares, este centro privado dedicado, não exclusivamente, mas principalmente, a doenças neurológicas (como a doença de Parkinson, outras Doenças do Movimento e Doença de Alzheimer) pretende conciliar uma atividade clínica de excelência com a condução de projetos de investigação e formação de profissionais de saúde.
Segundo Joaquim Ferreira, diretor clínico do CNS, este equipamento nasceu com o objetivo de facultar aos doentes, familiares, cuidadores e outros utentes, num mesmo espaço físico, a possibilidade de encontrarem uma abordagem multidisciplinar e especializada para os seus problemas de saúde.
A Clínica Médica do CNS pretende conciliar uma atividade clinica disponibilizando consultas médicas específicas, nomeadamente as consultas de Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer, Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs), Cefaleias, Epilepsia, Doenças Neuromusculares, Vertigens, entre outras, bem como pela condução de projetos de investigação e formação dentro da área das doenças em que intervém.
A Unidade de Neuroreabilitação tem o seu enfoque principal no desenvolvimento de Programas de Neuroreabilitação intensivos e específicos, planeados com base nas caraterísticas da doença e dos objetivos definidos. Os utentes podem realizar estes programas em regime de ambulatório ou de alojamento no CNS.
Está a funcionar desde setembro a parte das consultas de ambulatório e a área de reabilitação e internamento desde outubro.
Segundo o diretor clinico, a vocação do equipamento não é exames complementares, para esse fim “Torres Vedras está muito bem dotada de outro tipo de unidades de saúde com as quais temos colaborações”.
O responsável revelou ainda que estão em conversações com subsistemas de saúde.
O CNS é um espaço único na área da saúde, que foca a sua intervenção no tratamento e reabilitação de doenças neurológicas. Para tal conta com uma equipa multidisciplinar, vocacionada não apenas para o tratamento mas também para a investigação destas patologias.
A Unidade Residencial e a Residência Sénior correspondem a estruturas residenciais para utentes com doenças neurológicas ou com mais de 65 anos, para períodos de alojamento temporário ou permanente. Em ambas as unidades residenciais, é sempre garantido o apoio de enfermagem 24 horas.
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