A primeira é “não desconsiderar publicamente os profissionais de saúde do Hospital das Caldas, deixando de os encarar como causadores de problemas e, pelo contrário, valorizar a sua missão profissional como um serviço de melhoria constante da relação com os doentes e também do ambiente de trabalho”. A comissão entende, assim, que o presidente do conselho de administração deve ter como prioridade de gestão “a ampliação do grau de satisfação dos profissionais, procurando o seu empenhamento e contributos para as melhores soluções na organização do Serviço de Urgência”.

Para a comissão, o Conselho de Administração não deve permitir “a enorme acumulação de macas em corredores da urgência, promovendo uma maior oferta de internamento”. Sugere que se aproveite a capacidade instalada e aumente o número de camas de Medicina Interna em Peniche, para ali transferir doentes.

A realização de obras de ampliação e modernização do Serviço de Urgência, assim como “aquelas há muito previstas no piso cirúrgico do Hospital das Caldas, de forma a proporcionar um melhor atendimento dos doentes”, é defendida pela comissão.

Outra medida passa por “promover um bom relacionamento com o Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte, com reuniões regulares, de forma a aumentar o compromisso dos centros de saúde com as situações não urgentes, articular em rede a prestação dos cuidados de saúde e promover uma cultura de partilha de informações médicas através de uma base de dados comum que inclua as fichas dos doentes”.

A comissão quer que administração privilegie sempre equipas de urgência com médicos “da casa”, isto, é, médicos profissionalmente vinculados à instituição, e que “evite o máximo possível as contratações avulsas de prestações de serviços (“tarefeiros”) porque os médicos vinculados dão muito mais garantias aos doentes e inspiram mais confiança aos outros profissionais de saúde, o que se traduz no aumento da produtividade global do serviço de Urgência”.

Criar condições que proporcionem a profissionalização tendencial das equipas de urgência, isto é, profissionais dedicados à urgência (emergencistas), ter um diretor do Serviço de Urgência a tempo inteiro no Hospital das Caldas das Rainha e ter uma direção clínica no Centro Hospitalar do Oeste “que não se resuma a uma única pessoa, de forma a que possa haver mais proximidade aos problemas quotidianos de cada um dos pólos hospitalares”, são outras medidas exigidas.

A comissão defende a existência de duas urgências médico-cirúrgicas e deixa claro que, a haver uma só, “só pode ser nas Caldas”. “Este tema não deve ser objeto de jogos de chantagem, nem com os profissionais de Saúde, nem com os cidadãos caldenses”.

“Pensar, conceber e propor soluções mais dirigidas à satisfação dos doentes e das populações em geral e não exclusivamente à apresentação de números económico-financeiros de uma qualquer folha de cálculo”, é a última das medidas apresentadas pela comissão.