“O objetivo deste dia de trabalho da FNE com o SPZC é estarmos mais próximos e conhecermos melhor as realidades educativas da região. Podermos ver quais são as dificuldades, os problemas e as valências que temos”, explicou João Dias da Silva.
Durante cerca de duas horas Susana Maria, presidente da direção da Infancoop e Mónica Batista, diretora de qualidade daquela instituição, mostraram aos membros da FNE e do SPZC as instalações no Bairro dos Arneiros.
A instituição abrange mais de 250 crianças que frequentam a creche, pré-escolar, 1º ciclo e ATL integrado e conta com 46 profissionais qualificados.
Seguiu-se uma reunião nas instalações da Infancoop, onde Susana Maria e Mónica Batista explicaram a realidade vivida pela instituição, nomeadamente a falta de verbas por parte dos pais e encarregados de educação, muitos deles em situação de desemprego, o que preocupa a direção.
João Dias da Silva lamentou as dificuldades financeiras da Infancoop e referiu que “é uma instituição modelo, na nossa perspetiva, em termos da sua operacionalização física, da sua organização pedagógica e da responsabilidade que os pais assumiram relativamente à manutenção de uma oferta educativa de qualidade, por isso a escolhemos para visitar”.
A jornada do secretário-geral da FNE terminou com uma visita ao Cencal, instituição de formação e de apoio técnico-pedagógico, vocacionada para o setor da indústria cerâmica portuguesa.
Ana Bica, diretora do Cencal, e Pedro Paramos, diretor dos serviços de formação, fizeram uma visita guiada às instalações, onde explicaram o funcionamento dos ateliês de modelação cerâmica, pintura e decoração cerâmica e madeira.
Ao longo da visita Ana Bica e Pedro Paramos exprimiram as suas preocupações perante as dificuldades do setor, o desemprego e a exclusão social. A implementação de formações noutras áreas fora do âmbito da cerâmica, como é o caso das línguas estrangeiras, contabilidade, higiene e segurança, secretariado, entre outras, também foi tema de destaque desta visita.
O secretário-geral da FNE lamentou o número elevado de desemprego na área da cerâmica. “Portugal tem um elevado número de adultos desempregados e temos pessoas que estão empregadas com baixos níveis de qualificação e é preciso que haja ofertas formativas. Estas devem ser organizadas em parceria entre o Instituto de Emprego e Formação Profissional e o ministério de educação, o que não está acontecer atualmente”, afirmou.
O responsável declarou que “é preciso encontrar uma estratégia de futuro para a indústria e para os trabalhadores do setor. Por isso achamos fundamental que se criem expectativas de formação”.
“O Cencal é para nós muito importante, como espaço de crescimento de qualificações da população da região e maior possibilidade de emprego para essas pessoas”, indicou João Dias da Silva.
O secretário-geral da FNE terminou a sua jornada de trabalho prometendo comunicar as preocupações vividas pelas instituições. “Levaremos para o ministério da educação aquilo que é o resultado desta e de outras visitas. Temos vários patamares de intervenção com o ministério de educação, relativamente à legislação, organização e gestão das escolas”, revelou.
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