A historiadora Helena Gonçalves Pinto e o arquiteto Jorge Mangorrinha, ambos autores de estudos sobre este e outros patrimónios termais, foram guias da iniciativa, que durou mais de quatro horas. O encontro iniciou no Céu de Vidro, seguido de uma visita completa ao Hospital Termal, depois à Igreja de Nossa Senhora do Pópulo e Museu do Hospital e das Caldas.
Jaime Neto, porta-voz da Comissão de Utentes “Juntos pelo Nosso Hospital”, fez um balanço muito positivo do passeio guiado, destacando o “crescente interesse dos cidadãos, caldenses e não só, para conhecerem melhor o património das Caldas da Rainha”. O interesse da população em conhecer o hospital mais antigo do mundo é para este responsável “o primeiro passo para a sua melhor valorização futura”. A Comissão de Utentes “Juntos pelo Nosso Hospital” quer que este património não só tenha uma dimensão nacional, mas que seja reconhecido a nível da União Europeia. “E como agora se discute o quadro comunitário de apoio 2014-2020, achamos que é o momento oportuno para que os cidadãos das Caldas, através das suas organizações cívicas, como a nossa, ou através das próprias organizações politicas ou económicas, discutam e criam um consenso para a construção de um projeto europeu que possa ser apresentado junto das instâncias europeias”, disse Jaime Neto.
“É altura de começar a mobilizar a cidade das Caldas para a construção de um projeto europeu que possamos levar diretamente a Bruxelas”, sublinhou o responsável, afirmando que se “o projeto for reconhecido a nível europeu será o primeiro passo para haver investimento público ou privado que possa reabilitar todo este património”.
Recorde-se que no passado mês de julho, a Comissão de Utentes “Juntos pelo Nosso Hospital”, apresentou algumas propostas para a construção de um projeto de futuro para o Hospital Termal e o seu património. Uma delas era a constituição de um grupo de trabalho que assuma a liderança na elaboração de um projeto europeu para o futuro do Hospital e estância termal, tendo como objetivo a valorização e requalificação de todo o seu património. De acordo com a proposta, esse projeto de futuro deverá definir as prioridades de ação até 2020, constituindo a base de uma candidatura do Hospital e estância termal aos fundos europeus de desenvolvimento regional, a entregar diretamente pela cidade de Caldas da Rainha na Direção-Geral da Política Regional e Urbana da Comissão Europeia, em articulação com as autoridades nacionais.
Segundo o porta voz da comissão, a visita guiada ao Hospital Termal nasce no seio “desta proposta” uma vez que corresponde à “mobilização e sensibilização das pessoas caldenses para a valorização de todo este património que achamos que pode ser um instrumento de desenvolvimento regional para o Oeste norte”. Segundo este responsável, há a vontade de “sensibilizar as forças políticas, económicas e sociais, ao nível da OesteCIM, das Câmaras e do Estado central para a construção desse projeto”.
Quanto à segunda proposta, que solicitava a apresentação pública de um plano de gestão, manutenção e monitorização do sistema de aduções e canalizações do Hospital Termal, de forma a minimizar o risco de futuras contaminações, Jaime Neto revelou que “já foi adjudicado a uma empresa espanhola, aguardando-se agora o relatório técnico”.
Fazendo um balanço positivo deste primeiro passeio guiado, o porta voz da Comissão de Utentes “Juntos pelo Nosso Hospital” revelou que vão organizar uma visita guiada ao património paisagístico.
“Para além deste património edificado existe o Parque e a Mata”, explicou Jaime Neto, acrescentando que “há poucas cidades em Portugal que tenham um património paisagístico tão grande mesmo dentro da cidade, e por outro lado, este é um património paisagístico que é representativo de duas escolas: a escola francesa com os canteiros para as pessoas passearem nos caminhos e a escola inglesa, que é a Mata para as pessoas deambularem”.
Segundo este responsável, todo este projeto integra as dimensões da saúde, do turismo e da valorização do território que são para Jaime Neto “os três eixos que podem estruturar o projeto europeu”.
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