Nesta circunstância nós temos presentes os vivos que trabalham e os utentes, mas também todos aqueles que ao longo destes anos serviram e já faleceram”. Foi com estas palavras que o pároco cónego Joaquim Duarte iniciou a celebração eucarística, com a “intenção profunda” de “estarmos com eles no mistério de Cristo Nosso Senhor, que lhes dá, como Ele só pode dar, a recompensa dos seus trabalhos”.
D. Nuno Brás, na sua homilia, intercedeu a Deus pelas pessoas que vivem e trabalham na instituição, ajudando-os “a viver neste testemunho de fé que atua pela caridade”, auxiliando na construção contínua, “não nas paredes, mas na expansão da vida do centro social paroquial”.
“Esta obra do Centro Social Paroquial de Caldas da Rainha é uma realidade querida pela comunidade cristã, na qual a mesma comunidade se empenhou e que se dirige, não apenas para os paroquianos das Caldas, mas para a comunidade da cidade, do concelho e da região”, disse D. Nuno Brás ao JORNAL DAS CALDAS, salientando a “feliz coincidência” da comemoração dos 20 anos da instituição no ‘Ano da Fé’. Para o responsável pela Zona Pastoral Oeste do Patriarcado de Lisboa, é a “expressão da fé que atua pela caridade e pela caridade organizada, que dá apoio àqueles que têm mais necessidades”. O Bispo Auxiliar certificou que o centro social caldense é uma das instituições “em que a fé mostra aquilo que foi a vida deste centro ao longo destes 20 anos, e esperemos que possa continuar a manifestar nos próximos”.
O dia festivo terminou com um jantar-convívio, reunindo os presentes visivelmente agradecidos em momentos de confraternização. O presidente da direção da instituição, cónego Joaquim Duarte, junto dos cristãos, reforçou o enriquecimento espiritual, e disse que o centro social paroquial caldense “tem de ser sempre mais paroquial”, alertando para “o compromisso” dos paroquianos na sua vida cristã quotidiana.
A Fábrica da Igreja Paroquial de Caldas da Rainha criou em 1980 o Centro Social Paroquial de Caldas da Rainha, a fim de dar continuidade ao trabalho iniciado em 1959 pelo “Patronato de São José”, obra de âmbito social vocacionada para o apoio à Infância e Juventude. Atualmente, a instituição desenvolve, ao nível do setor infantil, as valências de creche, jardim de infância, 1º Ciclo e A.T.L. Dedicado à população idosa, tem em funcionamento o Lar de Idosos, Serviço de Apoio Domiciliário e Centro de Dia. O edifício inaugurado em março de 2011 pelo Cardeal D. José Policarpo permitiu duplicar a capacidade do Lar de Idosos e criar um Centro de Dia, aumentando as instalações na Rua Columbano Bordalo Pinheiro, onde a instituição está localizada desde 1993.
Em entrevista ao JORNAL DAS CALDAS, Faustino Cunha, vice-presidente do Centro Social Paroquial de Caldas da Rainha, qualificou os últimos vinte anos da instituição, pelo serviço eficaz de acompanhamento dos utentes “servindo-os da melhor maneira possível, com o espírito sempre de seriedade, inspirado na fé cristã, em que somos integrados”. “Graças a Deus temos conseguido de maneira geral a satisfação de todos os que utilizam os serviços do nosso centro, caminhámos sempre procurando melhorar as condições para servir, ampliamos há três anos as nossas instalações, e penso que não devemos ter ambições de criar mais lugares para utentes, porque exagerando na dimensão, a qualidade tende a piorar”, revelou o responsável certo de que o objetivo de hoje em diante, passa por “melhorarmos o que já temos de bom, criando melhores espaços, concebendo mais estruturas de apoio, e não de número de lugares”.
A instituição de solidariedade humana, social e cristã caldense implementou a valência do ensino do 1º ciclo, há três anos e a resposta social é já um sucesso. O vice-presidente do organismo faz uma análise enriquecedora, referindo estarem “num bom caminho, com saúde e com satisfação pelo êxito da criação da nova estrutura educativa, manifestado pelos pais dos nossos alunos”. A mais recente resposta social adquirida pelo centro social “é uma mais-valia no sentido em que nós acompanhamos as pessoas desde que nascem, dos primeiros meses até aos doze anos, portanto não os abandonamos aos seis ou sete anos quando vão para o ensino”, sustentou Faustino Cunha, sublinhando a oferta de “todas as condições de estabilidade, de valores e de princípios que os encarregados de educação procuram”. “A nossa satisfação é criar cidadãos com valores acrescentados que permite ter um amanhã melhor, num período em que tanta crise de valores se sente”, salientou o dirigente.
O representante da direção disse ao JORNAL DAS CALDAS, que a instituição tem sobrevivido ao longo destes anos, graças ao controlo absoluto de despesas, nas diversas valências. “Passámos uma situação mais difícil, quando concluímos as obras, mas com a gestão que tem havido de todos, temos a situação financeira bem equilibrada, consolidada, sem preocupações de momento, na expectativa que se houver mais crise social, poderemos dar resposta a essas situações”. “A razão do nosso equilíbrio financeiro está nas sinergias criadas por um grupo no centro social, que permite dar resposta com custos controlados a essas valências; caso contrário não poderíamos ter no ensino particular, preços ‘low cost’, conhecendo a realidade atual dos colégios privados, em que os custos são bem superiores”, concluiu Faustino Cunha certo de que “se consegue fazer do ensino uma obra social”, quando existem “valores cristãos imutáveis”, que levam “a manter sempre os objetivos, e portanto aí nunca haverá crise”.
João Polónia
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