O surfista de Cascais, de 21 anos, admitiu sentir-se no “céu” após deixar para trás um dos gigantes da prova.
“Kikas”, como é conhecido no meio, de 21 anos e 96.º do circuito mundial de qualificação, tornou-se no primeiro surfista luso a vencer uma bateria em provas da elite em Peniche, depois das quatro eliminações precoces de Tiago Pires.
No primeiro “heat” da ronda de repescagem, Fanning, campeão do Mundo em 2007 e 2009 e atual líder do circuito, contabilizou 13 pontos (sete e seis) e afastou da competição o português Francisco Alves, que somou 8,93 pontos (4,5 e 4,43).
– Como é que foi esse momento em que bateu Kelly Slater, atrasando-o na corrida para o título mundial?
Frederico Morais – Foi um grande momento e a maior vitória que já tive na minha carreira. Foi inacreditável e um bom espetáculo. O público gostou.
Uma vitória especial também por ser uma estreia em provas do circuito…
– Foi a primeira vez que entro numa prova destas. Felizmente deram-me a oportunidade de ter um wild-card e penso que representei bem. Foi importante para o país. Fui o primeiro português a passar para o round 3 nos últimos anos em que acolhemos o circuito mundial e deixei os portugueses orgulhosos. Acho que ainda pode acontecer muito mais.
Como é que foram as manobras que derrotaram o multicampeão mundial e atual nº2 do ranking?
– A onda que me garantiu um resultado mais sólido e a vitória foi um air reverse (rotação no ar), numa só manobra. Fui pontuado com 6.6. Estava apenas a fazer o meu surf e tentar passar. A estratégia era não experimentar airs, porque esse não é o meu forte, mas compensou. Estou no céu mas agora há que pôr os pés na terra e concentrar para o próximo round e tentar derrotar o Jordy Smith.
Vai ser mais um osso duro de roer…
– Vai sim. A primeira ronda foi contra o Jordy Smith e perdi. Vai ser difícil mas tal como a vitória sobre o Kelly Slater tenho de acreditar que é possível vencer.
O carinho do público é um apoio extra?
– É um carinho especial. É um público muto amável e que puxa principalmente pelos portugueses. Muito das vitórias que tenho tido na minha carreira são também do público.
Até onde o Frederico Morais pode chegar?
– O surf português ainda tem muito para caminhar mas acho que posso chegar muito longe. Tenho grandes sonhos e muitos objetivos por cumprir.
Francisco Gomes
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