Nesta iniciativa da Óbidos.Com, o empresário Luís Sousa Garcia começou por afirmar que “quem não sabe do passado, pouco sabe para o futuro”.
Depois de felicitar a associação empresarial pela iniciativa, agradeceu-lhe por se ter lembrado “de convidar um obidense que gosta particularmente da sua terra”.
No seu entender, “a classificação “moderna” das unidades hoteleiras em Portugal representa mais um atentado à especificidade e à história que as mesmas, desde a idade média representaram, primeiro como ponto de descanso e passagem e até como local de assistência médica, e depois como referência na projeção de Portugal no desenvolvimento económico e turístico”.
Óbidos começou por ter pensões, destacou, relembrando a Pensão “Maria Matias”, era “cozinheira de mão cheia, com ilustres hóspedes como o Padre António Almeida, o recém-licenciado doutor Marcelo Caetano, a presença D’El Rei D. Carlos e do seu séquito, Osório de Castro, Camilo Pessanha, entre tantos outros”. Depois a Pensão dos Barrotes, a Pensão Hermínia, a Pensão Laborinho, a Pensão Martim de Freitas e a Pensão Fuas Roupinho da Costa.
Depois destas apareceram as estalagens. “A Estalagem do Convento e, depois a Estalagem do Lidador representaram o saber e o exemplo do receber em Óbidos. Nestas estalagens era comum haver para além da dormida, o pequeno-almoço, o almoço, o chá e o jantar e, sempre o bem receber”, apontou.
As albergarias também marcam presença em Óbidos. Primeira a Albergaria Josefa D’Óbidos, com a novidade do aparecimento da primeira discoteca de Óbidos – a “D’Ayalla”, e depois a Albergaria Santa Isabel.
“A par disto, em 1951, numa lógica de afirmação do Turismo de Portugal surge a primeira Pousada histórica – a Pousada do Castelo. Aqui criou-se uma unidade afamada em todo o mundo e pela mão de Luísa Satanella assumiu-se uma das melhores unidades da época em Portugal”, indicou.
Luís Sousa Garcia afirmou que “cometeu-se mais um atentado à economia, ao turismo e à história da hotelaria, legislando-se que toda a tradição construída ao longo de séculos não interessava e hoje indiferenciadamente todos são hotéis, sendo que hotel vem de uma denominação francesa que se vulgarizou e é na generalidade dos casos impessoal e indiferenciado”.
De qualquer modo referiu que Óbidos “tem um turismo específico e é uma imagem de marca”, advertindo para a importância daquilo que há mais de trinta anos propôs e não foi ouvido – “a capacidade dos hoteleiros e empresários de Óbidos se unirem, esquecerem o egoísmo de cada um, porque o tecido empresarial tem que dialogar mais, conversar bem para se conhecerem uns aos outros – esta é uma estratégia fulcral para o desenvolvimento de Óbidos”.
Nesta sessão João Batista, da Greenservices, facultou uma prova de vinhos (Vinhos da Quinta do Paço – Húmus e Encosta da Quinta – premiados com medalha de ouro internacional) e doces biológicos (pastéis de feijão biológicos do Oeste).
No dia 8 de novembro realiza-se novo “Encontro Empresarial ao Almoço”.
Francisco Gomes
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