– Continuar a desrespeitar as gentes cidadãs com ameaças como a que assistimos na última reunião da Assembleia Municipal (com o habitual comportamento abismal dos seus membros), do presidente em (mau) exercício, despeitado com o adiamento (imposto pela cidadania pública) da concessão das águas termais, e em birra dictatorial – “após as eleições a Câmara vai mesmo obter a concessão das águas!”? – É tempo de mudar!
– Continuar a decidir, sem consenso, sobre a verba oferecida pela U.E. à nossa gente para ‘regenerar’ a nossa cidade, ‘desviando’ boa parte dessa verba, para projetos ‘não regenerativos’ , lançando a parte velha da cidade ao completo abandono (ruas sem passeios e com tantas camadas de alcatrão que já os prédios desceram de nível / condutas de água e esgotos rebentados / remendos incompetentes a tapar buracos / passadeiras sem pintura / carros estacionados a bloquear as entradas de edifícios)? É tempo de mudar!
– Continuar a autorizar o estacionamento de carros ad lib, desde que o antigo presidente decretou que ninguem precisa de pagá-lo (veja-se o largo do Hospital Termal, ‘renovado e vandalizado’ várias vezes, assim como o Largo 5 de Outubro, mesmo por cima do estacionamento subterrâneo, que permanece vazio)? É tempo de mudar!
– Continuar a dar concessões a bares sem o mínimo de condições (sanitárias ou de superfície requerida) a obrigar a urinar na rua, a vender na rua e sem controlo de venda de álcool a crianças? É urgente mudar!
– Continuar a ‘arquivar’ irregularidades de procedimento detetadas pelos cidadãos. A não responder às reclamações. A negar o diálogo com os contribuintes. A manter uma atitude defensiva e hostil perante assuntos a resolver. A faltar com pagamentos devidos a colaboradores, etc. etc. etc.? É urgentíssimo mudar!
O que se passa?
Com todo o respeito, quero lembrar – como o excelente livrinho de referência, escrito em boa hora, por F. Costa, nos ensina – que “a ‘elite política e autárquica’ está transformada num conjunto de pessoas que se julga com direitos que não tem e acima dos próprios governados. “São elites porque se entendem como privilegiadas, únicas, na administração da coisa pública”. “Muito cidadão, se soubesse como alguns dinheiros públicos são gastos, revoltava-se e invadia as câmaras e os ministérios”
Estas palavras escritas, são fidedignas porque pertencem ao anterior presidente da Câmara das Caldas da Rainha, com uma experiência de 28 anos dos bastidores da ‘coisa pública’.
Não nasci aqui, mas sou muito velha e vou, com certeza, morrer nesta cidade. Antes que isso aconteça – gostaria de ver uma mudança em mim. Gostaria de respeitar os eleitos, mesmo que o tenham sido por uma absurda ‘maioria absoluta’ sem verdadeira representação. Gostaria de ter confiança de que vão ‘servir’ o eleitorado e não servir-se dele. Gostaria de reconhecer um corajoso confronto com os muitos problemas do Concelho. Gostaria de ver a honestidade de aceitar os erros e a vontade determinada de os emendar. Gostaria de verificar a integridade e a transparência total do processo administrativo e um ‘prestar de contas’ desassombrado. Gostaria de que, acima dos fervores partidários, reinasse o serviço inabalável ao Supremo-Bem-Comum.
Margarida Mauperrin
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