JC – O aparecimento de um cavalo como o Corrabe, que tem sido um parceiro em alguns títulos, é também um pouco de sorte?
IC – Felizmente tenho uma boa quadra, com 5 ou 6 cavalos que me têm acompanhado, mas claro que o Corrabe é um cavalo que, sem dúvida, me irá marcar pela importância que teve na minha carreira, não só por ter sido três vezes campeão nacional, mas por ter feito campeonatos da Europa e grandes prémios, sempre com excelentes resultados.
JC – Numa entrevista após ter sido campeão nacional disse que, apesar de poder optar pelos seniores, preferiu o escalão de Jovens Cavaleiros, pela possibilidade de voltar a revalidar o título.
IC – Este ano, no escalão sénior, não estavam grandes conjuntos. Não estava a Marina Frutuoso de Mello, a descansar para o Europeu, o Luís Sabino não estava com o seu primeiro cavalo e o Ivan Camargo também não estava, pelo que pensei que podia chegar ao pódio. No entanto, pensei também que, por ser o meu último ano de jovem cavaleiro e porque achava que podia chegar ao título mais uma vez, não hesitei em trabalhar para isso e felizmente consegui.
JC – Agora qual é o próximo objetivo?
IC- Estou com bons cavalos e, nos próximos tempos, vou optar por fazer competição em Portugal e em Espanha, em concursos nacionais. Não tenho objetivos muito focados em campeonatos, até porque não sei como vai ser o meu futuro nos próximos tempos, que poderá passar por sair para o estrangeiro.
JC – Há alguns jovens a procurar a sorte no estrangeiro. Tem tido propostas?
IC – Sim, as propostas têm vindo e têm sido tentadoras mas como ainda estou no meu último ano da faculdade e porque, antes de poder pensar em alguma mudança tenho de acabar o curso, só depois vou ver o que será melhor para mim, para evoluir cada vez mais. Isso pode passar pelo estrangeiro.
JC – Isso é também um sonho que se não se vier a concretizar pode ficar com o sentimento de ter perdido uma oportunidade?
IC – Acho que sim, até porque em Portugal o hipismo, por muito que evolua está sempre muito longe do que se passa lá fora. Também se nós queremos estar a um nível de top mundial, ficando em Portugal, é difícil. Se repararmos, a Luciana Dinis, que é a nossa melhor cavaleira, só faz um concurso em Portugal, que é o Global Champions Tour, o resto do tempo compete no estrangeiro.
Trabalhar em Portugal dificulta-nos muito as coisas pela falta de aposta do estado na criação de cavalos e pela falta de aposta de investimento de criadores em cavaleiros.
JC – Tem sido uma visita habitual ao Centro Equestre Internacional de Alfeizerão. Qual a sua opinião?
IC – Penso que é um centro equestre que tem um nível muito bom para Portugal. É do melhor que temos, com condições ótimas, onde sempre fui muito bem recebido. Vim porque me deram boa opinião, que confirmei e fico sempre contente por voltar.
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