O tribunal deu como provado que a falta de segurança na ETAR motivou a queda mortal da funcionária e que a trabalhadora teve fraca formação sobre os riscos inerentes ao seu trabalho e ao modo como deveria realizar a tarefa de recolha dos efluentes ao ar livre.
A mulher trabalhava na ETAR de Peniche a recolher amostras das águas residuais e caiu dentro de um dos tanques da ETAR por razões desconhecidas, vindo a morrer, aos 41 anos, devido a asfixia por submersão.
A vítima deixou órfãos dois filhos de sete e 19 anos, agora com 12 e 25 anos, respetivamente.
Os juízes condenaram ainda a seguradora a pagar uma pensão vitalícia anual de 2.300 euros ao cônjuge e uma temporária de 1.540 euros a cada um dos filhos, além de um subsídio por morte de 1.200 euros.
O tribunal concluiu que, para realizar a recolha de efluente com uma vara de 80 centímetros, a trabalhadora tinha de se debruçar para levantar e abrir, pelo menos parcialmente, a tampa da abertura e, depois, para voltar a fechá-la.
Os juízes provaram também que o plano de segurança da ETAR previa o risco de queda em altura para o interior do tanque, mas, como não havia histórico de acidentes semelhantes, não foram previstas outras medidas.
O tribunal deu ainda como provado que a empresa tinha colocado boias e uma vara de salvamento para prevenir o risco de afogamento, mas não as tinha testado.
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